sexta-feira, 26 de março de 2010

O CRISTO REI SITIADO

Cleudimar Ferreira

As antenas e torres, escondem a pequena escultura do Cristo.


Um dos pontos pitorescos da cidade de Cajazeiras está desaparecendo. O que resta ainda, não passa de uma minúscula mancha em meio a um traçado agressivo de arame e ferro. Eleito por aclamação pela população e visitantes como o principal atrativo turístico da cidade, o Cristo Rei (como se ver na foto) é hoje um monumento esquecido pelos poderes públicos - municipal e estadual; responsáveis imediatos pela sua conservação e manutenção.

Doado aos cajazeirenses em 1939, pelo Senhor Silvino Bandeira, na administração do Prefeito Celso Matos, o Cristo Rei, durante décadas, tem se tornado cada vez mais na principal simbologia histórica e religiosa da cidade, quando se quer divulgar o nome de Cajazeiras em feiras, eventos e campanhas publicitárias de fomento ao turismo local. Entretanto, toda sua importância, seja ela histórica ou religiosa, ainda não foi suficiente para sensibilizar esses poderes, que alheio ao problema, abrem as suas pernas, numa total atitude despudorada e permitem que empresas de telefonia, tv e rádio (em nome da tecnologia) se instalem ao redor da imagem do Cristo, sem nenhum ônus para o erário público; Imprensando, sufocando com suas poderosas antenas, torres de transmissões de sinais de tv, rádio e telefonia, promovendo um verdadeiro crime contra a nossa história; ferindo a religiosidade do seu povo e querendo a todo custo, retirar da cidade esse símbolo que é a sua principal referência turística.

Pela sua importancia iconica para a cidade, um grito se fez necessário: Fora as antenas; fora as parabólicas; fora as ondas magnéticas, que com certeza não fazem bem a saúde e fora a ansiedade de destruir o pouco que ainda resta da história e do passado de nossa cidade. Com a palavra, os senhores prefeitos que já passaram e que estão passando pela administração municipal. Que numa posição suspeita - são como e/ou se fosse o pirata da garrafa de montilha: fecha um dos olhos e fazem de conta que não enxergam bem com o outro que ficou aberto; não deixando o Cristo reinar no lugar onde sempre foi dele.

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sábado, 20 de março de 2010

AÇUDE GRANDE: ABANDONO E RESISTÊNCIA.













RELISE das duas fotos:

As duas fotos acima, revelam aos olhos do saudosismo, uma época remota do lendário Açude Grande de Cajazeiras; hoje esquecido, abandonado e desamparado por aqueles que durante longas décadas, beberam de sua água e saciaram as suas sedes nos longos períodos de estiagens. 

Idealizado pelos antigos fundadores da cidade - Vital de Souza RolimAna de Albuquerque e Padre Rolim, que sensibilizados com a problemática e angustiante escassez de água na região, juntaram alguns escravos que tinha e a troco da força servil, realizaram no século XIX a sua primeira construção. 

A importância do açude para a cidade nos faz viajar no tempo, nos leva em pensamento a um passado distante, quando em 27 de dezembro de 1915, ano de uma terrível seca, deu-se início a sua ampliação pelo Governo Federal, cuja supervisão e responsabilidade da reforma ficaram a cargo do engenheiro Coelho Sobrinho, que juntamente com o suor de 300 “flagelados” terminou a sua construção em 16 de abril de 1916.

Inaugurado festivamente pela sociedade cajazeirense da época, o mesmo recebeu o nome de açude “Senador Epitácio Pessoa”. Sem dúvida, as fotos, embora amareladas pelo tempo, representam um legado fotográfico da história da cidade.

segunda-feira, 15 de março de 2010

CHICO ROLIM x RAIMUNDO FERREIRA

A fotografia acima, datada de 1965, mostra o Secretário de Educação e Cultura do Estado ao lado de duas estrelas da política cajazeirense dos anos 60 e 70. Francisco Matias Rolim (no meio), o conhecido Chico Rolim. Político tradicional de direita e conservador, ex-prefeito de Cajazeiras por várias vezes, responsável pela implantação do primeiro recapeamento asfáltico nas ruas da cidade. Chico foi um administrador austero preocupado em preparar a cidade para o futuro. Um político de perfil (naquela época) um pouco parecido com o que podemos hoje chamar de Ricardo Coutinho - atual prefeito de João Pessoa. O outro, Raimundo Correa Ferreira - o "Homem da Brasília" (lado esquerdo de Chico), fazia uma linha mais moderada com tendências para centro esquerda. Foi um bem sucedido empreendedor, construiu o primeiro prédio vertical da cidade - onde ainda hoje está instalado um dos principais hotéis de Cajazeiras e onde também funcionou por muito tempo a antiga rodoviária. O mesmo era dono da empresa de ônibus "Viação Brasília", que fazia linha de Cajazeiras à Brasília. Raimundo apesar de não ser cajazeirense, pois nascera na cidade do Crato-Ceará, era um apaixonado por Cajazeiras, tentou várias vezes sem sucesso, ser prefeito da cidade.

sábado, 6 de março de 2010

PAISAGEM ESVERDEADA

Foto: Marcus Alberto

Bela foto não é? Suas características assemelham com um daqueles postais europeu. Algo que faz lembrar a vislumbrante região de Toscana, na Itália, com suas igrejas antigas, conventos e abadias. Até a cor revelada, lembra o colorido verão europeu. Mas por incrível que pareça não é a Itália, apenas um trecho da cidade de Cajazeiras; é o sertão, é nordeste e é Paraíba. Como explicar o mistério dessa fotografia. Ela está distorcida, o fotógrafo usou uma lente especial, um filtro para captar essa imagem tão bonita, ou a mesma é apenas um resultado de uma provocativa montagem ficcional. Como entender a posição da Catedral de Nossa Senhora da Piedade, que aparece por traz da Igreja do Colégio Diocesano e tão próximo do Morro do Cristo Rei, quando na realidade, "ela" (a Catedral de Nossa Senhora da Piedade) fica bem ao lado, bem mais distante do morro onde está o Cristo. E o seu colorido, seria uma conseqüência do seu envelhecimento, do tempo... Ou nenhum das hipóteses acima! O certo é... Que nos olhos de quem a observa, a "bela foto" lembra uma pintura do período neoclássico, com seus tons de azul-esverdeados, de amarelo-alaranjados e alguns toques de branco titânio.

quarta-feira, 3 de março de 2010

SEMIOLOGIA POLÍTICA


Olha só,
que bonitinhos... O que será que eles estavam conversando? Uns são mais sisudos e até um tanto acanhados; outros não muito discretos dão risadas e perplexos, parecem concordar com tudo. Os mais seguros e otimistas, são certos que tudo vai da tudo certo. Tem aqueles que no meio, calados, mais pensativos, não parecem tão seguros. É quase como os de fora, que não sentam que não falam, que normalmente de pé; não opinam; mas de ouvidos abertos ouvem tudo e vê tudo. Parecem mais curiosos, do que "uma parte" do jogo. E os escondidos!.. Esses ficam afastados. Esperam apenas os desdobramentos dos fatos, para daí tirar partidos, se fica, se vem ou se vão. Se vão... Pois a política é assim: Numa mesa bem quadrada, sentados no mesmo quadrado, distantes de qualquer olho, de luzes e holofotes, Chico Rolim e Antônio Quirino; Edme Tavares e Wilson Braga (de costa - só a cabeça no canto esquerdo da foto); Seu Nô e Antônio Dias; e as representações populares: De João Batista do hospital a Patrício Pires Nogueira. Decidem as alianças de caciques, de pajés; de mandatários de um povo de uma aldeia tribal bem chamada Cajazeiras.

Fotos: (preto e branco) site: http://www.defatosefotos.hpg.com.br