terça-feira, 31 de janeiro de 2012


Bela imagem do Cantor e Compositor cajazeirense
Glauco Meireles, durante show domingo passado na 
Estação Cabo Branco em João Pessoa.



sábado, 28 de janeiro de 2012



          Irismar, Cidadão Cajazeirense.         

      Momento ímpar para a poesia de Cajazeiras. A entrega merecida do título de "Cidadão Cajazeirense" ao poeta, escritor e professor universitário Irismar di Lyra. Cajazeirense de coração, radicado há vários anos na cidade de João Pessoa. 
      Nascido em São José de Piranhas, Irismar di Lyra passou toda a infância e juventude em Cajazeiras, onde estudou e se iniciou no mundo das letras, tendo participado nos anos 70 e 80 de vários Festivais Estudantis de Poesias e do movimento cultural ao lado de outros nomes da época, como Gutemberg Cardoso, Josival Pereira, Joab de Sousa, Ubiratan de Assis e Telma Cartaxo. 
    Autor de livros como "Reflexos", de 1978; "Cantata para o agora: Exercícios existenciais", de 1988 e "Cajazeiras: uma aldeia poética", de 1978.  Irismar di Lyra também participou de antologias, como "Recital GRUTAC", de 1976; "Nova poesia brasileira, de 1988 e "Antologia contemporânea da poesia paraibana", de 1995. A propositura foi do Vereador Severino Dantas do PT. A solenidade contou com a presença do Governador do Estado Ricardo Vieira Coutinho.




sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

I Salão Oficial de Arte Contemporânea - há 34 anos atrás.

por: Cleudimar Ferreira


                         “Eis a nossa exposição.  É dos nossos artistas. É nossa arte. Se é pobre, é porque representa nossa miséria. Se não tem muita criatividade é porque nossa fome não deixa que ela desenvolva.” Assim fechou o último parágrafo do texto de apresentação do catálogo do 1º Salão Oficial de Artes Contemporânea do Sertão, a matriarca do teatro cajazeirense Íracles Blocos Pires, numa evidente demonstração de sentimento político pelos que na cidade, a duras penas, fazia uma arte de resistência e de enfrentamento, diante do isolamento social e cultural que impedia o acesso às novas estéticas e linguagens influentes que indicava o rumo que a arte devia seguir na época.

Essa arte referida por Íracles era específica, regionalizada e interiorizada. Não representava todo conteúdo exposto no Salão, pois o mesmo apresentou trabalhos de artistas de centros mais desenvolvidos, como Campina Grande, João Pessoa, Olinda/PE e Aracajú/SE.  Entretanto, embora ela não fosse consensual - já que poucos a conhecia ou quase não tinham acesso aos ambientes de trabalhos dos artistas, bem como, os locais onde eram expostas e por falta de informação, desconhecia o seu perfil estético; pelo menos era representativa, trazia na sua totalidade elementos que evidenciavam a ligação dos seus produtores com a sua terra, com sua gente e acima de tudo com as condições sociais que a região propiciava a sua produção.
 
É importante salientar que a cajazeiras dos anos 70, já era uma cidade que contemplava a Paraíba com uma acanhada classe de artistas formada por jovens politizados e ideologicamente centrados nos grandes fatos históricos que ocorria no país daquela época; e a arte produzida em seu tempo, boa parte estava a serviço da educação de outra parte da população considerada por segmentos de classe, como desinformada e despolitizada. Por isso, talvez neste contexto, os trabalhos plásticos apresentados no Salão carregassem um viés que adequasse sua produção a esse engajamento político/ideológico, ou simplesmente ostentasse uma forma ingênua de representar as mudanças ocorridas no meio onde viviam os seus agentes produtivos.

Os objetivos aparentes do Salão foram claros ao revelar aos olhos de todos no interior do Grêmio Artístico Cajazeirense, uma arte eclética, ingênua, ultrapassada diante dos novos conceitos de arte contemporânea apresentada nos grandes salões das metrópoles da sul do país. Essa arte embora arcaica para os padrões cajazeirense afigurava-se de viés estético desconhecido, adormecido e novo na visão de seus artistas, porém ignorada pelo poder público que ao longo dos anos tem sido ineficaz no apoio a cultura e arte advinda de locais mais afastados, como as cidades do interior, mas que surpreendia, dando aos artistas a conveniência de saírem do anonimato. “Tirar o artista que existe no povo e que por falta de  oportunidade fica entocado com medo e com vergonha de mostrar seus trabalhos.” Como afirmou a própria Íracles. 

Em outra parte do texto, Íracles questiona as dificuldades de se produzir arte distante dos grandes centros. “Nosso sertão é muito longe dos grandes centros. Nosso artista não tem escolas, na sua grande maioria é primitiva. Tem a chama da arte em si, mas não sabe exprimi-la como deseja, pois falta-lhe oportunidade”. Revela o acanhamento como complexo de inferioridade que impedia o artista de mostrar sua arte. “Nós tivemos a coragem de chamar esse artista, dar-lhe oportunidade, dizer-lhe que sua arte não decepciona que ela é autêntica e que ele, o artista, tem direito a seu lugar ao sol".

O Salão foi realizado há 34 anos atrás, entre os dias 10 e 30 de agosto de 1978, numa época difícil para as produções artistas no país que as duras penas enfrentavam o furor da censura ou fugia do seu rolo repressor. Mas foi em meios a estas dificuldades impostas, expeditivas de ansiedades, que os organizadores conseguiram fazer um evento que parou Cajazeiras. Foram expostos mais de 125 trabalhos, entre desenhos, esculturas, pinturas, tapeçarias e cerâmicas.

    ESPECIFICAÇÕES DO SALÃO   

S A L A  E S P E C I A L

Alfonso Bernal: Eros (equilíbrio), Eros (revolta), Eros (marionetes). Archidy Picado:
Marinha 1, Marinha 2, Retrato. Ricardo Aprígio: Campo 1, Campo 2, Campo 3. José Altino: Pasto e Repasto, O homem da terra e do sol, Pássaro de Prata. H. Helle Bessa: Composição 1, Composição 2, composição 3. Telam Rolim Cartaxo: Composição em Peixes 1, Composição em Peixes 2. Euclides Leal: Paquera, Retrato, O banho de Susana.

P R E M I A Ç Ã O

1º Lugar: Prêmio Banco do Estado da Paraíba para Irene Silva de Medeiros com a obra: Casa de Farinha. 2º Lugar: Prêmio PBtur para o pintor de Pincó Chico Jó com a obra Pilando o milho. 3º Lugar: Prêmio FUNCEP para Jackson Rathge Serrão com o trabalho Desenho I. Menções Honrosas para Alaíde Freitas dos Santos, Cerâmicas; Carmita Bezerra, Tapeçaria e pontões e José Azevedo (Zezinho Pintor), Uma Noite de Natal.

J Ú R I  D E  S E L E Ç Ã O  E  P R E M I A Ç Ã O

Alfonso Bernal, Arquidy Picado e Rurandy Moura.

P A T R O N E S S E

Mirtes Almeida Sobreira (Esposa do então Governador do Estado 
Ivan Bechara Sobreira).

C U R A D O R I A

Irácles Pires (Coordenadora), Telma Rolim Cartaxo (Assistente Técnico) 
e Alfonso Bernal (Programador Visual)

A R T I S T A S  P A R T I C I P A N T E S  E  S U A S  O B R A S

Aurora/CE: Raimundo Nonato Saraiva - Padre José Anchieta.
Aracajú/SE: Antônio Eugênio Ramos - Negra.
Bonito de Santa Fé/PB: Alaídes Freitas dos Santos - Folclore, 26 peças.
Bom Jesus/PB: Elias Francisco Costa. Botão I, Botão II e Botão III.
Cajazeiras/PB: Hélia Andrade - Maria Bonita do Sertão e Da família andrógena. Francisco de Assis - Auto retrato. Maria Inês Claudino Braga - Consciência. Francisco Marcelo Braga Carvalho - Sala de torturas, Uma dama na corte e Cristo. Marluce Martins Duarte - Hóstia Santa. Gute -Técnico Sônia. Natécia Marques - Xangô, Sociedade e Boqueirão. Vitória Rolim - Paisagem. Marli Matos Sá - Pastor e Natureza morta. José Trajano - Corrente de madeira. Linduina Vieira - Ex-votos e Mariano. Wilson - Cristo, Rua de Ouro Preto, e Cangaceiro.
Campina Grande/PB: João Avelino da Silva - Gravura I, Gravura II  e Gravura III. Irene Medeiro Silva - Casa de Farinha e Candomblé
João Pessoa/PB: Reginaldo Alcântara - Cicatrizes, Sala de recepções e O outro sol. Ana Benêvola - Somana e O enigma do eu. Bernadete de Lourdes Costa Braga - Cristo Médico, Praia nordestina. Elpídio Dantas - Mulher, Mulher e Criança, Paisagem. Bento da Gama - Conexão, Transparência e Interseção de formas. Dalberto Henrique de M - Mulher e frutas, Madona, Madonas. Maria Luiza - Composição I e Composição II. Paulo Roberto Melo - Beija Flor I, Beija Flor II e Beija Flor III. Jairo Mozat - Descanso do guerreiro e Destruição. Evaldo Fabiano F. de Freitas - Uma esmola pelo amor de Deus. Welington Rocha - Máscara I, Mascara II e Mascara III. Jacksom Rathge Serrão - Desenho I, Desenho II e Desenho III. 
Juazeirinho/PB: Fernando Fernandes - Recomeçar, Sentimentos e Meditação.
Olinda/PE: Vitória Kessler - O pilão, O Quebra Panela e Favela.
Patos/PB:  José Azevedo (Zezinho Pintor) - Uma noite, José Pretinho e o Cego Aderaldo no martelo agalopado, O Vaqueiro do Sertão. Marcos Meira Cesar - Sem título I e Sem título II. Irmã Madalena - Vaqueiro, Solidão, Sertão. Fernão  Dias de Sá. - A grande síntese, Rua do tostão, Cristo a vontade e Almas de Bailarinas.
Pombal/PB: Maria do Carmo Bezerra - Pontões, Congadas e Irmandade do Rosário. Maria Araújo Farias - Paisagem sertaneja, Paisagem sertaneja e Noite.
Piancó/PB: Teresa Alencar - Cubismo e Namorados. Ivan - Cristo. Chico Jó - Debulhando Milho, Pilando Milho e Peneirando Milho. Márcia - Baiana, Historinha e Pescador.  
Pilar/PB: Isaias Alves de Costa - Fome. 
São José de Lagoa Tapada/PB: Natal Batista - Vaqueiro I e Vaqueiro II. Socorro Batista - Namoro, Noivado, Casamento. Das Neves - Namoro e Enamorado.
Santa Helena/PB: Berenice Ricardo Rolim - O Cristo e Casa da Fazenda.
Sousa/PB: José Vieira da Costa - O Garí estilizado. Vânia Pires Ferreira - O cortejo, Adão e Eva e O velho e a Velha. Maria Auxiliadora Pinto Lopes - Preto velho e Pilando sonhos; Maria Emília Pires  - O galo e Losangos. Graça Rodrigues - Mãe Proveta. Daví Bezerra Vasconcelos - Piquenique e A sertaneja.
Uiraúna/PB: Laércio Pinheiro  da Silva - Caminho para cidade, Cruz. João Neto Batista - O amor, Uma crítica (pra que) e Camponesa. 




terça-feira, 24 de janeiro de 2012


 Show de Glauco Meireles na 
Estação Cabo Branco.

O cantor cajazeirense Glauco Meireles, fará no próximo domingo (dia 29) no Auditório da Estação Cabo Branco Ciência e Artes, a partir das 19h00min, um Show de Pré - lançamento do seu novo CD. No repertório, além de músicas de estilos variados de aceitação popular, como MPB, POP ROCK, FORRÓ e outros, o cantor apresentará ao público músicas de sua autoria. Vale apenas conferir. A entrada é franca.




sábado, 21 de janeiro de 2012

Os "Bembem".

Cleudimar Ferreira

Uma das formações do Conjunto Os Bembem  
Bá Freyre - Guitarra, Islânio - Baixo, Nego Ivan - Trompete,
Demar - Sax, Chico Bem Bem e Valdemar - Bateria.


                    “Os Bembem”  era um conjunto musical formado nos anos 60 pelo empresário cajazeirense Francisco Alves de Andrade, conhecido popularmente como Chico Bembem. Bembem nasceu no dia 23 de fevereiro de 1942. É filho de seu Joca Andrade e de Dona Maria do Carmo (já falecida) Chico Bembem tem mais três irmãos: Mário Alves, Neide Alves e Maza Alves. final da Rua Erenice Ferreira, que ficava aos pés do Morro - Cristo Rei, nas vizinhanças do Seminário Diocesano de Cajazeiras, foi um dos locais de ensaios do conjunto. Os “Bembem” era basicamente formado por músicos da cidade. Pela banda passaram os músicos: Alberto, Bá Freyre, Demar, Islânio, Nego Ivan, Olivan Pereira-Big Boy, Riba e Valdemar. 

Os “Bembem” fez história na musicografia cajazeirense, já que em todos grandes bailes que aconteceram nos anos 60, 70 e 80, a banda sempre foi à grande atração. O conjunto foi também responsável pela animação dos principais shows de cantores de sucesso da época que se apresentaram nos destacados clubes da cidade: Clube 1º de Maio, Cajazeiras Tênis Clube e Jovem Clube. No final dos anos 70 e inicio dos anos 80, Os Bembem chagou a gravar um Compacto Duplo, ou seja com 4 músicas, que foi vendido no comércio de discos de Cajazeiras e da Região. 

1975. Recorte do Jornal O Estado do Piaui. Formação: Paulinho
Nelson, Valdemar, Josué, Bembem e Marcos.

A capa do compacto duplo gravado pela banda, apresentava um impressa em preto e branco com fotografias dos integrantes da banda ao lado do ônibus que conduziu Os Bembem até os estúdios de gravação no Recife. Esse compacto é hoje considerado uma relíquia não para o história musica da cidade de Cajazeiras, mas também para história da música popular brasileira, já que apresentava canções em vários ritmos, com características marcantes da Jovem Guarda, do Coco, do Forró e até do instrumental.  

Nos anos 80, o empresário Chico Bembem se mudou para o Estado do Piauí e com ele, a banda também. Ainda hoje em plena atividade naquele Estado, "Os Bembem da Paraíba”, nome da atual formação, faz shows costumeiramente nas cidades do interior, levando alegria ao povo e animando bailes com a presença de cantores da MPB, conhecidos do público, como fazia em Cajazeiras e nas cidades circunvizinhas, nos idos anos 70 e 80.


Uma outra formação do Conjunto Os Bembem  
Waldemar , Chico Bembem, Geraldo - In memórian, Tiquinho, Alberto, Enoque e Bá Freire. 
Imagem produzida no Cine Teatro Apolo XI durante o Show do 
cantor Reginaldo Rossi.

 Formação mais recente (anos 80) do 
Conjunto Os Bembem  

 Waldemar (in memórian), Chico Bembem, Demar, Ivan, Mago, Irlânio 
e Bá Freyre. Baile com a banda show Os Bembem 


 Baile  e show do cantor José Roberto com animação 
do conjunto Os Bembem  


 Conjunto Os Bembem  

 Área de Lazer, anos 80. Baile/Festa "Namorados da lua". Roque, 
Luizinho, Serginho de Natal, Ivan, Mário Bembem e Demar, 
era a formação do Conjunto Os Bembem 
 

 Clube 1º de Maio, anos 70. Festa com animação 
do conjunto Os Bembem  

    Os Bembem anima o Show do 
cantor Reginado Rossi


    Os Bembem anima o Show do 
cantor Jerry Adriano


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Imagens: do acervo de Francisco Alves de Andrade.

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Riba e um certo Pavão Misterioso
agitam candeeristas no Restaurante Avenida.


Riba, nos anos 70,  foi guitarrista e vocalista da Banda Super Som Sete
participou como músico e interprete de várias versões do Festival 
da Canção no Sertão. Foi também integrante da Orquestra
de Frevo Chaverom. Ele é o segundo da foto abaixo. 

Banda Super Som Sete. (da direita para a esquerda da foto)
João Robson - Sax; Riba - Vocal e Guitarra; Olivan - Bateria, Albanete - Vocalista
e Nenem - Contra Baixo.

Nenem e Riba



domingo, 15 de janeiro de 2012

Um santo e um padre cheio de filhos

por: Francisco Sales Cartaxo (Frassales)



 
A história de Cajazeiras e Sousa se entrelaçam. Cajazeiras foi sítio, povoado e distrito de Jardim do Rio do Peixe, elevada à categoria de vila, com o nome de Sousa, em 1800, justo no ano em que nasceu Inácio de Sousa Rolim. Mais tarde, um sobrinho do padre-mestre, o comandante Vital de Sousa Rolim, foi vereador à câmara municipal de Sousa, representando o povoado de Cajazeiras, pelo Partido Liberal, cujo chefe era o padre José Antônio Marques da Silva Guimarães. O padre Inácio Rolim e o padre José Antônio nasceram e viveram no século 19, ordenaram-se em Olinda, o primeiro, em 1825, e o segundo, em 1828, ambos residiram no sertão do Rio do Peixe a maior parte de suas vidas. Param aí, contudo, as afinidades entre os dois. O sousense tem um perfil totalmente diferente do estilo de seu contemporâneo de Cajazeiras. Alguns traços biográficos, extraídos do livro “Nos caminhos do vigário José Antônio”, de Emmanoel Rocha Carvalho, (Editora da UFPB, 2006), fornecem a exata dimensão do fosso que separa os dois sacerdotes, tanto no plano político, como na vida privada e religiosa. 

O vigário José Antônio foi líder político-partidário de larga influência no sertão paraibano no tempo do Império, fundou o Partido Liberal em Sousa e exerceu quatro mandatos de deputado provincial. Padre Rolim, ao contrário, jamais se envolveu em atividades partidárias, sequer assumiu o cargo de diretor de Instrução Pública, apesar de nomeado pelo presidente da província da Paraíba, Ambrósio Leitão da Cunha, em março de 1860. Padre Rolim recusou a missão e, com a modéstia reconhecida por todos, admitiu aceitar o cargo de “regedor do ginásio”, ou seja, um simples professor! Ele guardava distância até mesmo de cargos eclesiásticos, salvo o “de capelão em algumas modestas localidades do interior do Ceará, para onde costumava se dirigir como mestre-escola”, conforme registrou Deusdedit Leitão, seu biógrafo mais cuidadoso.

E na vida particular? A diferença é enorme. Padre Rolim foi celibatário. Padre José Antônio, um invejável reprodutor. Ele mesmo assumiu essa condição ao deixar um importante manuscrito: “Lembranças do natalício de meus filhos”, datado de 28 de agosto de 1861, no qual “assume integral responsabilidade pelos filhos que trouxe ao mundo, no total de quinze”, como destaca Emmanoel Rocha, orgulhoso de sua condição de trineto do padre José Antônio. Isso mesmo, 15 filhos, seis homens e nove mulheres. O primogênito, veio à luz “no lugar Barriguda, então província do Rio Grande do Norte, em 03.09.1832, nascido do ventre de Caetana Gonçalves do Amaral”, como o pai-padre escreveu. Os outros 14 herdeiros nasceram de sua relação permanente com Maria da Conceição Gomes Mariz, com quem conviveu na fazenda Lagoa Redonda e na sede da vila de Sousa. Desse tronco genealógico provém numerosa descendência que ajudou a povoar os sertões da Paraíba e do Rio Grande do Norte. Povoar e a administrar, tantos foram os descendentes políticos de prestígio, incluindo quatro governadores: João Agripino Filho, Tarcísio Maia, Antônio Mariz e José Agripino Maia.

O vigário José Antônio faleceu aos 82 anos, em 28 de outubro de 1888, “vítima de um câncer na próstata”. Já o padre Rolim morreu com quase 100 anos, em 16 de setembro de 1899, com fama de santo.




METÁFORAS PARA UM DUELO NO SERTÃO


 Linaldo Guedes lança novo livro de poemas no início de fevereiro.

    O jornalista e poeta paraibano Linaldo Guedes estará lançando no início de fevereiro, pela Editora Patuá, de São Paulo, o seu novo livro de poemas. Intitulado “Metáforas para um duelo no Sertão”, o livro trará 106 poemas inéditos do autor e tem prefácio do poeta e escritor Antônio Mariano. A obra já pode ser adquirida no site da editora pelo endereço: www.editorapatua.com.br. 
   Segundo Antonio Mariano, no prefácio da obra, Linaldo Guedes compôs mais de uma centena de poemas integrando estas Metáforas para um duelo no Sertão. “Considerável número de objetos. Plural quis ser. Tantas vezes substantivo tantas vezes adjetivo. Metáfora figura de linguagem literária desgastada, abusada por tantas mãos inábeis que perdeu a graça para os poetas ambiciosos de invenção. Metáforas há que aqui se revestem de senso e sensibilidade”, comentou. 
    A obra será apresentada em João Pessoa, mas na agenda pré-definida por Linaldo, o lançamento também incluirá Campina Grande, Cajazeiras, São Paulo, Brasília e Recife. Para ele, “Metáforas para um duelo no Sertão” é sua visão de mundo a partir do Sertão ou como ele definiu: “é a visão lírica do Sertão”. 
Depois que o autor lançou seu segundo livro “Intervalo Lírico” em que fala de uma relação amorosa, começou a já colocar em prática o projeto do terceiro livro voltado às suas origens na cidade de Cajazeiras, no Sertão, onde residiu até 11 anos e entre o intervalo dos 18 aos 20 anos. Ele mora em João Pessoa há cerca de 30 anos.  

O autor 

    Linaldo Guedes é poeta e jornalista. Nasceu em Cajazeiras (Alto Sertão da Paraíba) em 1968. Lançou dois livros de poemas: Os Zumbis também escutam blues (Editora A União, 1998) e Intervalo Lírico (Forma Editorial, 2005). Como jornalista, atuou nos principais jornais da Paraíba e foi editor do Suplemento Correio das Artes por seis anos. 
    Tem poemas publicados em antologias e diversos sites de literatura em todo o país e até no exterior. O lançamento de “Metáforas para um duelo no Sertão” está previsto para este início de fevereiro em João Pessoa, em data ainda a ser confirmada.

Matéria publicaca no caderno "Cultura" Pág12
Diário da Borborema, 12/Jan.

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Redemunho, a nova direção de Marcélia Cartaxo

Atriz e Diretora cajazeirense Marcelia Cartaxo

      REDEMUNHO é baseado em um conto do premiado escritor cearense Ronaldo Correia de Brito, com roteiro escrito a quatro mãos por Virgínia de Oliveira. A trama conta a história de uma mãe que gosta do filho mais do que o outro. A amargurada e severa matriarca (que será vivida pela atriz pessoense Eleonora Montenegro) é ancorada no passado áureo pela a família, detentora de muitas terras e um casarão adornado por móveis oriundos da Europa. 
      Ao longo do tempo, tanto a riqueza como os membros familiares, foram se perdendo, inclusive seu filho mais amado, que tinha uma vida voltada para as artes, especialmente a música. O que sobrou desta época foi: à casa decadente, o livro com a árvore genealógica da família, um velho piano, seu outro filho (Daniel Porpino) e um vaqueiro rude que acompanhava seu pai na condução das cabeças de gado. Um segredo guardado pela mãe empareda o seu relacionamento com ele. 
      O projeto Redemunho conta com o patrocínio do Fundo de Incentivo à Cultura do Governo do Estado (FIC), aprovado desde 2008. “Reduziram o custo bastante ao longo do tempo mexendo no orçamento”, disse a diretora.  “Cortaram cerca de 40%, mas dá para exercitar”, explica, frisando também que a equipe conta com o apoio logístico da Prefeitura Municipal de Triunfo, cidade do alto sertão onde o longa está sendo gravado. 
     Marcelia adiantou que mesmo com todas as intempéries que assolam as produções audiovisuais no Estado da Paraíba, prevê que o projeto ganhará luz ainda neste primeiro semestre. Segundo ela, uma das opções de lançamento será a 16ª edição do Cine PE - Festival do Audiovisual, que acontecerá em Recife no mês de abril.

INAGENS DA CIDADE DE TRIUNFO ONDE O 
FILME ESTÁ SENDO GRAVADO





terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Rosilda Cartaxo - Biografia de uma cajazeirense

           Rosilda Cartaxo era natural de Cajazeiras, nascida a 31 de julho de 1921, filha do casal José Gonçalves Dantas e Maria Cartaxo Dantas. Faleceu em João Pessoa no dia 21 de junho de 2004. Os seus primeiros estudos foram ministrados por sua mãe. Depois, já alfabetizada, freqüentou escolas particulares, tendo como mestras as professoras Adélia de França, Rosa David e Vitória Bezerra. Em 1941, recebeu o diploma de professora, pela Escola Normal “Padre Rolim”, em Cajazeiras; no ano seguinte já lecionava no Grupo Escolar “Joaquim Távora”, no município de Antenor Navarro, atual São João do Rio do Peixe, ficando aí até 1947, para onde retornou mais tarde, em 1951, como diretora daquele Grupo Escolar. Em 1955, renunciou ao cargo, estabelecendo-se na capital do Estado, designada para lecionar no Grupo Escolar “José Américo de Almeida”. Em João Pessoa, teve a oportunidade de exercer diferentes cargos técnicos tanto na área educacional como na cultural e no Serviço Social. Prestou serviços ao Estado, aos municípios, à Universidade Federal da Paraíba e à Legião Brasileira de Assistência (LBA). Para aprimorar seus conhecimentos. Rosilda Cartaxo participou de vários cursos e treinamentos realizados em João Pessoa, Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro. Jovem dinâmica, versátil, irreverente, gozou de um respeitável círculo de amizades entre intelectuais, políticos e pessoas da sociedade. Atuou na Universidade Federal da Paraíba, onde, como Relações Públicas, viajou pela Europa visitando Portugal, Itália, Paris e Londres, acompanhando o Coral Universitário. Também teve uma atuação especial junto à Campanha de Educação Popular - CEPLAR, onde serviu como responsável pelo Serviço de Administração da primeira Diretoria, escapando por milagre do IPM contra os integrantes da entidade de cultura popular, instaurado em 1964. Como se recorda, a CEPLAR adotava o método de ensino de Paulo Freire visando a conscientização popular em favor dos Movimentos de Educação de Base. Rosilda veio para o Instituto em 1968, trazida pelo Presidente Humberto Nóbrega, então Reitor da UFPB, para ser sua secretária e organizar a biblioteca do IHGP. Por conta de sua atividade intelectual, ora fazendo palestras, ora escrevendo nos jornais, ora publicando livros, foi candidata a uma vaga no IHGP, sendo eleita. Assumiu a Cadeira nº. 27 em 22 de setembro de 1974, sendo saudada pelo historiador Wilson Seixas. Exerceu vários cargos na Diretoria do IHGP, sendo alçada à sua Presidência para o período 1983/1986, tornando-se a primeira mulher a ocupar aquele posto num Instituto Histórico. Sua administração foi bastante eficiente. Rosilda foi sócia fundadora do Instituto Paraibano de Genealogia e Heráldica e do Clube do Escritor Paraibano. Foi agraciada com o título de Cidadã Pessoense e considerada Pesquisadora com Honra ao Mérito pela Academia Paraibana de Poesia. O Instituto Histórico lhe outorgou a Comenda e Medalha do Mérito Cultural "José Maria dos Santos”. Além de vários artigos na Revista do IHGP, publicou os seguintes trabalhos: Estrada das Boiadas (Roteiro para São João do Rio do Peixe), 1975; Barra do Juá (Discurso de posse no IHGP), 1975; A Vila em Festa, 1981; As Primeiras Damas, 1989; Mulheres do Oeste, 2000. Deixou vários trabalhos inéditos. 

Fonte: IHGP. GUIMARÃES, Luiz Hugo. 
Rosilda Cartaxo - Historiadora do Sertão, 2001.

ICONOGRAFIA

 1ª foto: Rosilda Cartaxo, ao lado de José Fernandes de Lima 
e Deusdedit Leitão, em visita a Mamanguape. 
2ª foto: Discurso de posse no Instituto Histórico e Geográfico 
Paraibano, em 22.09.1975.
3ª foto: No lançamento do seu livro Mulheres do Oeste e discursando 
numa sessão plenária do Instituto Histórico. 
4ª foto: Lançamento do livro Estrada das Boiadas, 
Rosilda autografando.
5ª foto: Ao lado do Monsenhor Ruy Barreira Vieira, entrevistando 
o Coronel Cunha Lima, líder político de Areia. 
6ª foto: Em 1933, o Presidente Getúlio Vargas visitou a Paraíba, acompanhado 
dos Ministros José Américo de Almeida e Juarez Távora, para aprovar 
o plano da cidade termal de Brejo das Freiras. Na ocasião, 
Rosilda foi abraçada e beijada pelo Presidente. 
É uma de suas melhores recordações.




segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Teatro Ica Pires - Fotografias e História dos seus 27 anos.


Na primeira ideia de sua construção, o Teatro - Casa da Cultura (como era chamado carinhosamente 
por Bira Assis) seria construído por traz da Biblioteca Municipal, com sua frente para a 
rua Victor Jurema, conforme desenho acima feito pela arquiteta Jeanne Pires.

 Em 1975, representantes da classe teatral de Cajazeiras, entregou a maquete e o pré-projeto do nosso 
teatro (ainda sem nome) ao então Governador da época Ivan Bichara que prometeu e não construiu. 
Na foto acima, Dona Ica - que seria no futuro a homenageada com seu nome no teatro, 
está na última cadeira.

No governo de Tarcício de Miranda Burity a Classe teatral de Cajazeiras colocou esta faixa na frente 
do Teatro Santa Roza em João Pessoa. A mesma permaneceu lá por quase 03 meses. 
Burity prometeu, mas não construiu.

Em 1984, o Governador Wilson Leite Braga, que não havia prometido, pegou o projeto de Jeanne, 
(que juntamente com integrantes do teatro cajazeirense sonhava ver um dia o seu projeto 
concretizado), começou a  sua construção. Era a esperança ofuscada que começava 
ascender nos corações dos atores amadores de Cajazeiras.

A exatamente no dia 26 de janeiro de 1985, numa tarde festiva que contou com a participação de 
representantes da ATAC - Associação de Teatro Amador de Cajazeiras, Federação Paraibana 
de Teatro e mais de 8 grupos de teatro da cidade, o ator Lúcio Vilar (a caráter) leu o manifesto de 
inauguração do Teatro Íracles Pires. Fechavam-se as cortinas de mais de uma década de luta 
e a realização do sonho dos amadores em luzes e cores.
 
A PROGRAMAÇÃO alusiva aos 27 anos do Teatro Íracles Pires, está na 
página anterior deste blog.


fonte: AC2brasilia
Bonitas imagens com luzes natalina no velho coreto da 
Praça Nossa Senhora de Fátima (Praça da Cultura)