sexta-feira, 29 de junho de 2012

Ornamentação natalina na Praça do Centenário-entorno da Prefeitura.

quinta-feira, 28 de junho de 2012

Aldo Lins, o poeta das ruas.

BRAVO COMPANHEIRO

A porta estava aberta para os sem nome
Da entrada anunciava-se a longa trincheira
Que por alguns anos foi uma cinza esteira
Para os inquilinos com os seus cognomes.

Nos labirintos teciam-se as armadilhas
As estrelas do Figueiredo se dilatavam
Repleta de deletores que nos escamoteavam
E delatavam nossos sonhos à quadrilha.

Não tínhamos sal, trufas nem frutas
A ferro e fogo cantávamos unidos travessia
A magia do amor me conduziu à poesia
E na resistência vencemos a força bruta.

Reencontramos-nos hoje e a bem da memória
Lêucio conquistou Flávia uma bela morena
Companheira e luz de Victor Hugo e Lorena
Pérolas deste eterno estudante de história.





             Aldo Lins é natural de Cajazeiras, como o próprio diz “nascido e criado na Rua Sebastião Bandeira-194," ex-aluno do Colégio Estadual, colega de turma dos então hoje jornalistas Gutemberg Cardoso e Mariana Moreira. No final da década de 70, participou de grupos de teatro ao lado de Rigonaldo Pereira e Tarcísio Siqueira. Residindo em Recife e a mais de 20 anos fora de Cajazeiras, sem clima para voltar à cidade, pois já não tem parentes na mesma, costuma dizer que gostaria muito de publicar seus trabalhos literários na sua terra. Aldo que é formado em Direito pela Universidade Federal da Paraíba, se dedicou a poesia; é autor do livro “Alma de Vidro” e participou da coletânea Antologia Poética publicada pela Prefeitura do Recife.



Estamos todos em ritmo de festa! É São João!!!




......................................................................... Por Willey Pereira - Cajazeiras/PB


Uma data importante principalmente para o nordeste que foi da onde se originou tal comemoração. O São João é sem dúvidas uma via que nos faz resgatar a nossa cultura desde a raiz, lá nos terreiros onde soava uma sanfona, um zabumba e um triangulam. A fogueira estalando e o milho senda assado, bandeirolas, xadrezes cintilantes se misturam entre cores e o Forró tomando de conta.

Em quase todo o nordeste se faz as festas para comemorar a data, aqui em Cajazeiras-PB não é diferente, todo ano tem. Inclusive esse ano a programação do evento (que é realizado na praça conhecida como Xamegão) é em comemoração ao centenário do pai do Forró: Luiz Gonzaga.

Ótima! A ideia é ótima se não fosse às bandas que se apresentam para a homenagem que em sua maioria não se vê nem uma sanfona, muito menos ao ligado a nossa cultura popular. “O mercado tá de olho é no som que Deus criou” uso essa frase do Zeca Baleiro como metáfora, afinal, não consigo engolir a ideia de contratarem bandas que nem se quer se preocupam com o que vão transmitir ao povo com suas músicas, letras nada significativas se formos levar ao contexto histórico cultural de nossa terra. Já disse isso antes e vou voltar a dizer: Não tenho sombra de dúvidas que toda essa comemoração está fazendo o filho do sr. Januário se tremer no caixão, ah com certeza!

Cadê a essência? Sou sim a favor de resgatarmos nossa história seja ela por manifestação artística ou não (coisa que tais bandas que mencionei não fazem). Esse texto é mais um desabafo de revolta. Ah, então você se revolta com isso? Claro que sim! Aos poucos vão deixando de lado o mais importante, a memória e cada vez mais se abraçando com o puro entretenimento visando lucro e outras coisas mais... É uma realidade que incomoda.

Do blog: notíciasdecajazeiras_cleudiomar.blogspot.com






Cena da Política Cajazerense.


Pense numa cena, cuja característica assemelha-se com aquelas cenas de humor, típicas nas novelas que retratan a cultura politica de pequenas cidades do interior do nordeste. Momento assim, cômico e engraçado pode ser visto na imagem abaixo, gravada mais precisamente em agosto de 1993, mês de aniversário da cidade, onde mostra a chegada no aeroporto Antônio Tomaz, do Governador Ronaldo Cunha Lima, do Senador Humberto Lucena, do Prefeito José Nelo Rodrigues (Zerinho) e o religioso Frei Damião de Bozzano, todos desembarcando do avião, sendo assediados, tocados, aplaudidos, carregados nos braços por uma população presente, frenética e feliz; num verdadeiro cortejo a chão batido, deslocando em passeata, com reportes de uma das emissoras de rádio local - no caso, a Rádio Alto Piranhas, em estado ufanista com flashes ao vivo do local, transmitindo os sorrisos dissimulados e os discursos infláveis das autoridades citadas durante a inauguração da Praça Cristiano Cartaxo, Posto da Operação Manzuá e pedra fundamental de uma escola pública.  Num cenário parecido ao que acontecia nas cidades de Sucupira e Brogodó, com políticos como Odorico Paraguaçú e Patácio, simultaneamente prefeitos das duas cidades.





segunda-feira, 18 de junho de 2012

Batendo na mesma tecla

...............................................................................................................Mariana Moreira

O comentário do professor Zé Antonio sob o título de Debate eleitoral: Planejamento urbano, reproduzida pelo Diário do Sertão, traz para a cena uma preocupação que, com recorrência, venho enfatizando em minhas ponderações nesta coluna: o descaso com que as administrações municipais tratam a questão do planejamento urbano de Cajazeiras. A cidade vem enfrentando, nos últimos anos, inquestionáveis surtos de desenvolvimento, impulsionados, sobretudo, pelo seu destaque como pólo prestador de serviços, principalmente, na área educacional. 


É um aspecto positivo que deve ser valorizado e incentivado por representar uma alternativa para o município que, após o colapso da cultura do algodão, viu minguarem suas atividades econômicas e, em decorrência, restringirem as opções de emprego para grande contingente de sua população.

No entanto, não podemos cometer os erros e equívocos que milhares de cidades brasileiras praticaram e praticam em nome do desenvolvimento. Não podemos fechar os olhos para a desordenada ocupação do espaço urbano que obedece apenas aos interesses do lucro de grupos imobiliários que abrem loteamentos e constroem sem os cuidados necessários para garantir a qualidade de vida e o respeito aos princípios mínimos de urbanidade, como áreas livres, ruas com dimensões recomendáveis de trafegabilidade, adequado escoamento de esgotos e dejetos, equipamentos sociais. Além do mais, a cidade cresce, além dos loteamentos, engolindo córregos e riachos, destruindo vegetação e aterrando açudes e barragens. Basta vez o Riacho da Curicaca, na entrada leste da cidade, que vem tendo paulatinamente, e sob a proteção do poder público, seu curso invadido por construção, que aterram o seu traçado natural e lançam em seu leito esgotos, entulhos e morte. 


A ausência de planejamento urbano vem se refletindo também no cotidiano da cidade que, sem áreas livres e arborizadas, tem sua temperatura elevada e irrespirável em grande parte dos meses do ano. Também se manifesta no lixo que, na contramão de uma tendência que, cada vez mais, se fortalece em todo o mundo, ou seja, o da reciclagem e do reaproveitamento, continua sendo descartado no meio ambiente, desperdiçando uma grande possibilidade de gerar renda e empregos para muitas pessoas e de produzir matérias primas recicladas que reduzem os efeitos da poluição e do aquecimento global e preserva o nosso meio ambiente, tão vilipendiado pela equivocada compreensão de que a caatinga, com sua falsa definição de mata pobre, não deve ser preservada em sua riqueza e diversidade.

Esse debate torna-se oportuno não apenas pela proximidade de mais um momento eleitoral de sucessão municipal. Mas porque precisamos pensar a cidade como um lugar também para as futuras gerações e, dessa forma, os atos de hoje, se refletirão na vivência de amanhã, como hoje repercutimos o que ontem se programou para hoje como futuro.


sábado, 9 de junho de 2012

Encontro Regional de Planejamento da Cultura




Segmentos da cultura em Cajazeiras têm neste dia 13 de junho próximo a oportunidade de justificar o emblema de terra da cultura, comparecendo em massa as dependências do Teatro Íracles Pires, com ideias, projetos e propostas que fortaleça no futuro a produção cultural da cidade. 

Isso porque será realizado o Encontro Regional de Planejamento da Cultura. O entento discutirá o fortalecimento da gestão pública de cultura na Paraíba, objetivando o desenvolvimento do Plano Estadual de Cultura para este ano. Ação que garantirá a construção de instrumentos de planejamento estratérgico em consonâcia com as demandas expressas pelas base dos movimentos culturais e espaços comuns e discurssão.

A proposta do evento é reunir em um amplo debate, as autoridades administrativas da cidade, como conselhos, produtores, instituições artísticas e ONGs envolvidas com produção cultural na terra de Padre Rolim.

É ideia também do certame, construir mecanismos que torne o Estado e obviamente as cidades, autossuficientes na elaboração de programas, projetos e ações que estimulem o desenvolvimento social, cultural e econômico das comunidades. No final do encontro, os presentes envolvidos deverão elaborar e assinar um documento com as principais propostas para o desenvolvimento da cultura na Paraíba.

É importante esclarecer, que é a partir da carta de intenção, devidamente autenticada, que se vão direcionar onde os recursos público, destinados à cultura, devem ser aplicados. Cajazeiras como polo cultural que é, (com seus atores, músicas, dançarinos, artistas plásticos, artesões, e folcloristas) deve está neste dia bem representada, para que os recursos destinados a ela seja significativos e faz jus o título de terra da cultura.


  

terça-feira, 5 de junho de 2012

Antigo complexo Cine Teatro Apolo XI, Lanchonete e Rádio Alto Piranhas

Cine Apolo XI, não sei esquecer jamais.

........................................................................  Cleudimar Ferreira

Não posso assim suportar, te ver tão parado aí, nessa esquina calado, num túnel do tempo a esperar os últimos dias passando. Quem não se lembra dos teus mais vadios devaneios nas noites da Victor Jurema.  Já foi no templo uma quimera, de imaginações fantásticas, um palco de ilusões onde as ribaltas frenéticas iluminavam os sonhos de tantos e tantos cinéfilos.

Quisera poder tocar-te e como num passe de mágica teus projetores falassem. E de tão pusilânime que é, fizesse ecoar do nada e surgir-se entre as cortinas da tela do teu paredão sagrado, aquelas que quero ver, Eva Garney e Dietrich; Vivien Leigh e Greta Garbo. Sentir de volta o meu coração, já cansado e ultrajado, palpitar de emoções. Encontrar-me com teus fantasmas, brincar de capa e espada, que nos meus sonhos quase reais, surgem fascinantes entre estrelas emblemáticas desfilando entre películas, rolos de fitas e cartazes.

As lembranças do teu passado se fez esquecer o presente, já não sou mais um cibernético que um dia amargurado com a tua perda fugiu. Sumiu entre constelações cadentes, levando as recordações das cores de tuas imagens, dos teus heróis e mocinhos, vilões que roubaram de mim a minha cadeira cativa nas matines de domingo, tardes de glamour regadas alá Fred Astaire, Clark Gable, Cary Grant e Humphrey Bogart

Hoje passo diante de te, fico a pensar como pode um gigante tão ativo, que nas imagens focadas, dançava e gritava; tocava, dava risada e pulava. Que na chuva até cantava, ser levado assim tão fácil a viver no ostracismo. Onde estavam os teus asteróides, de brilhos e brilhos próprios,  Mazzarope, Charles Chaplim, Jerry Lewis, Gordo e o Magro. Os teus defensores da lei, vorazes nos filmes de faroeste, Mister Djago, Viva Sabata e Sartana. Por que eles te deixaram, sozinha nas mãos da modernidade, essa insensata engrenagem que arrancou de teu leite, vitrines, fanzines e cadeiras; platéias e bilheterias, cabine de projeção.




"Quando o inverno chegar eu quero está (sempre) junta a ti." 
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   Belas imagens da chuva nas 
ruas de Cajazeiras. 


"Mas, ...Quando a chuva passar, quando o tempo abrir
Abra a janela e veja: Eu sou o Sol..."


As imagens são uma prova que ao fotografar,
o profissional recortar do real, exatamente 
aquilo que interessa, um fragmente 
pequeno do mundo.