segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Prédio da antiga usina de energia


Fotografia antiga da atual Praça João Pessoa vendo aos fundos o prédio onde funcionou (encostado na parede do Açude Grande) a usina de geração de energia elétrica da cidade. O prédio foi construído em 1925 pelo então Prefeito Cel. Sabino Gonçalves Rolim. (1923-1928) Como em Cajazeiras nada é eterno em se tratando de conservação de patrimônio histórico, o mesmo foi demolido dez anos depois pelo Prefeito Joaquim Matos Rolim, para alargamento do trecho e melhoramento do espaço urbano. A imagem é realmente um cartão postal e uma viagem no tempo. Pena que foi demolido. Se os mandatários de Cajazeiras tivessem o discernimento e a preocupação com a preservação da nossa arquitetura antiga e com a história da nossa cidade, talvez ainda hoje estivesse no local, onde poderia funcionar um centro cultural ou servir como sede de um museu temática contando a história da energia elétrica na cidade, desde os primórdios até os dias atuais. Um exemplo parecido com o que é a Usina Cultural Energisa, em João Pessoa. 

Inauguração do prédio do gerador de energia
Antigo gerador de energia da usina

domingo, 28 de outubro de 2012

Cinema:



 Mostra Acauã 
  de Audiovisual Paraibano: 
o Sertão vai virar coisa 
de cinema

O Sertão paraibano cenário de várias produções cinematográficas vai virar literalmente falando, “coisa de cinema”. No período de 28 de novembro a 01 de dezembro acontecerá a III Mostra Acauã do Audiovisual Paraibano, um evento realizado pela ONG Acauã Produções Culturais, através do Ponto de Cultura Caminhos de Acauhan e do Núcleo de Audiovisual João Carlos Beltrão.

A mostra não competitiva é realizada ao ar livre em frente ao Patrimônio Histórico da Fazenda Acauã, que fica distante 4 km da cidade de Aparecida, em pleno sertão paraibano.

Este ano o evento exibirá filmes e vídeos de realizadores paraibanos ou feitos na Paraíba divididos em quatro mostras: Mostra Sertão na Tela composta de filmes de realizadores sertanejos ou com o tema sertão; a Mostra Moinhos de Cinema com filmes produzidos pela ONG Moinhos de Cinema da Paraíba da cidade de Campina Grande; a Mostra Pigmento Cinematográfico composta de filmes da produtora que dá nome a mostra e a Mostra Vladimir Carvalho que exibirá o longa-metragem Rock Brasília e contará com a presença do diretor que debaterá a produção após a exibição.

A programação da Mostra Acauã do Audiovisual Paraibano ainda promoverá palestras e debates com os Diretores e Produtores, oficinas, apresentações artístico-culturais e realizará o III Encontro de Cineclubes do Alto Sertão, com a presença de representantes da Secretaria de Cultura do Estado e da Associação Brasileira de Documentaristas - ABD, secção Paraíba.

Este ano o evento conta com o patrocínio do Programa BNB e BNDES de Cultura edição 2012 e com o apoio da Secretaria de Cultura do Estado da Paraíba, Prefeitura Municipal de Aparecida, do Centro Cultural BNB de Sousa, além da ONG Moinhos de Cinema e da “Pigmento Cinematográfico”.

Toda a programação da mostra será oferecida gratuitamente e as exibições serão iniciadas às 19h30min e logo após haverá apresentações culturais de danças e músicas.


do blog de Cristiano Moura


Ecos de vozes ............Crônica de M a r i a n a  M o r e i r a


A ocasião do encontro não foi de festividades e efusões. Mas, a sinceridade das palavras foi tocante. Inclusive, com sugestões como a de reunir em uma publicação os muitos escritos que produzi ao longo desta minha vida de pretensa colunista, e de escrever um comentário sobre as afinidades entre Cajazeiras e Juazeiro do Norte. O apoio veio de Ducílio Elias que se revelou um assíduo leitor de meus escritos. As sugestões, com certeza, são sempre consideradas e ponderadas por mim. Mas, o encontro me cutucou lembranças de infância quando, ainda morando em Impueiras, colava o ouvido no pequeno rádio de pilha para ouvir, no início da noite, pela Rádio Alto Piranhas, o Programa Raio de Luz, apresentado por Ducílio Elias. Encantava-me tanto pelas mensagens, de voz e musicais, travestidas de forte motivação de paz, como pela beleza da voz que as anunciava.

Muitas vezes quando os recursos eram insuficientes para a aquisição de pilhas e ante a inexistência de energia elétrica onde morávamos, percorria alguns metros até a casa de Madrinha Zefinha Moura, irmã mais velha de meu pai, somente para não perder a audição do programa. Um percurso pequeno, de cerca de duzentos metros, mas que o fazia sempre com um frio na espinha temendo as apavorantes estórias de maus assombros e visagens que a modernidade da energia elétrica e das comunicações afugentou para um mundo encantado que a racionalidade de nossos tempos não consegue alcançar. Para espantar o medo cumpria o percurso correndo e cantando musicas religiosas que a memória buscava gravar das audições recentes. Ainda tenho nos arquivos da lembrança farelos de versos como: “Diz o A Ave Maria. Diz o B bondosa e bela...”.

Mais tarde, quando vim estudar em Cajazeiras, com o consentimento de minhas irmãs mais velhas, fui sozinha da Rua Doutor Coelho até o prédio da Rádio Alto Piranhas que, na época funciona contígua ao Cine Apolo XI, apenas para conhecer o dono da voz que me encantava e que, ao lado de Dona Íracles Pires e de seu Mini Discoteca Dinamite, me instigavam a sedução pelos meios de comunicação e pelo jornalismo. Fascinei-me pelos estúdios, os microfones, um mundo irreal e fantástico para uma menina que saia da simplicidade da vida em Impueiras, cercada de estórias de trancoso e brincadeiras de boneca de pano e de cabaça. As músicas que eram lidas pelas agulhas dos toca discos emitiam um chiado que encantava enquanto os discos de vinil em seu movimento giratório hipnótico soltavam sons e acordes inebriantes. A luz vermelha do aviso de “no ar” disseminava uma sensação de futuro, de um tempo inimaginável.

Mais tarde, como profissional, o cotidiano da atividade jornalística em emissoras de rádio me colocou em contato direto e assíduo com esse mundo. Mesmo assim, ainda hoje, sinto a sedução e o encanto que a voz de Ducílio Elias e de Íracles Pires me despertou na infância e as ondas hertzianas continuam sendo uma possibilidade de um tempo em que a distância entre minha casa e a de Madrinha Zefinha era feito com pés ligeiros, sombras e projeções de inimagináveis seres sobrenaturais e a entoação de músicas alegres.