sábado, 1 de dezembro de 2012

A Literatura Regional da Cajazeirense Vilma Maciel

A Escritora na Bienal do Livro em São Paulo


Foto antiga de Vilma Maciel
Natural de Cajazeiras, mas radicada em Juazeiro do Norte/CE onde mora a muitos anos, a escritora, professora e artista plástica Vilma Maciel Lira dos Santos, é uma mistura de talento e sensibilidade que inclui o interesse por cultura popular nordestina, literatura e artes de um modo geral. Até parece algo especial se ela não viesse de uma aldeia cujas raízes foram plantadas sobre um chavão de "terra da cultura e que ensinou a Paraíba ler". Cajazeiras têm esse sacrário que influi, adestra e estimula a alma dos seus conterrâneos a se enveredar por esse caminho multiplicador da cultura e das artes onde Vilma Maciel é parceira e ilustríssima figurante. 

Nascida entre nós em 01 de novembro de 1944 - atualmente com 68 anos, a escritora e artista plásticas, com especialização em língua portuguesa e planejamento Educacional, publicou trabalhos em prosa e ficção, poesia e contos no livro "Reflexões Poéticas e Análise Textual" lançado em 1994. Juntamente com Célia Magalhães, lançou o ensaio "Nordeste Místico Império da fé", um aprofundamento sistemático das questões envolvendo as manifestações da religiosidade popular no folclore e do sincretismo religioso  Nordestino. A literatura testemunhal também foi experimentada por Vilma Maciel, quando a mesma editou os romances: "Lampião Luta Sangrenta", em 1997 e "O Inferno da Guerra Étnica em Kosovo", em 2001. Ainda em 2001, lançou a história regional "Os Fuzilados do Leitão". No campo da literatura infanto-juvenil, lançou o livro "Cadê Nosso Espaço", em 1997 e os textos para teatro: "Milagre" e "O Auto do Leitão".  

A produção literária da escritora nascida em Cajazeiras, porém Juazeirense de coração é algo especial e a sua capacidade para essa atividade é inquestionável. A sua importância no contexto da literatura regional do cariri cearense lhe rendeu em agosto desse ano um convite para participar da Bienal do Livro de São Paulo, onde autografou no Stand da Biblioteca 24 hora da feira, suas recentes edições dos livros: "Caminhos Femininos" e "Lampião Luta, Sangue e Coragem" para os visitantes presentes. 

Talvez poucos sejam os cajazeirenses que conhecem sua obra ou muitos que ao contrário, ignoram a sua trajetória na literatura regional caririzeira. A sua ausência, a falta de laços afetivos com a cidade e o esquecimento do seu nome na produção literária local é algo compreendido, muitos são os nossos conterrâneos que nos deixaram e voaram para outros centros a procura de uma melhor adaptação para mostrar seus trabalhos no campo cultural. Se assim foi com Vilma Maciel, também foi com Aldo Lins, radicado em Recife/PE, que tem um trabalho poético-literário reconhecido pelo público e pela critica daquela capital pernambucana ou com Bosco Marcial, atualmente radicado em Guarulhos/SP, que fez da música seu instrumento de trabalho e dirige uma ONG de pesquisas sobre a musicalidade na cultura popular brasileira.

Maria Bonita, pintada por Vilma Maciel


Sinopse de dois Livros da Escritora

"Os Fuzilados do Leitão, Uma Revisão Histórica", aborda aspectos relacionados com o cangaço no sul do Ceará e Oeste de Pernambuco - vale do Cariri/chapada do Araripe e áreas circunvizinhas. Relata um fato ocorrido com os "Irmãos Marcelinos" num local denominado Alto do Leitão na cidade de Barbalha na madrugada do dia 5 de janeiro de 1928, onde foram mortos Miguel e Pedro Miranda, João Marcelino e Manoel Toalha, além do mais famoso deles, o cangaceiro "Lua Branca", que percorreram a região cometendo crimes cruéis. A autora narra com conhecimento e lucidez de detalhes, os assassinatos e sepultamentos dessas cinco pessoas os demais fatos que aconteceram naquela noite - madrugada, no Alto do Leitão.
"Lampião: Luta, Sangue e Coragem" É um romance histórico regional de primeira linha, em que a autora criou as falas fictícias para os personagens reais, pois Antônio, José Ferreira, Livino, José Saturnino, os Nazarenos, Corisco, Maria Bonita e demais personagens fazem parte da vida do Cap. Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião. Essa obra demandou milhares de horas de trabalho e recebeu uma atenção e zelo todo especial da autora, pois foi cuidadosamente elaborado, obedecendo à seqüência cronológica da vida e ações do rei do cangaço. O romance inicia com a história de José Ferreira e Maria Lopes, os pais de Lampião; segue narrando os primeiros desentendimentos dos irmãos Ferreiras com Zé Saturnino; a mudança para Poço do Negro e depois para Alagoas; continua com a morte dos pais de Virgulino e sua entrada definitiva no cangaço, fazendo parte dos grupos de Antônio Matilde, dos Porcinos e depois de Sinhô Pereira.

Fonte:











Um comentário:

Anônimo disse...

Essa D. Vilma é craque em relaçao à cultura!