quarta-feira, 24 de julho de 2013

Homenagem ao Professor Antônio José de Souza, o saudoso "Titonho"




Por Francisco Marcos Pereira


Seu espírito de luta, sempre voltado para o futuro, 
ousou e conseguiu muitas vitórias.


Não há como falar de Cajazeiras sem a nominação marcante de antepassados que fizeram sua história, especialmente no campo educacional. O primeiro deles seria sem dúvidas o seu fundador o Pe. Inácio Rolim. – Nomino alguns os quais tive a felicidade de conhecê-los, participar dos seus projetos, e, até privar da amizade, a exemplo do Bispo Diocesano D. Zacarias Rolim de Moura, do Cônego Luiz Gualberto de Andrade, do Monsenhor Vicente Freitas e do inestimável e querido Professor Antonio José de Souza, carinhosamente chamado de “Titonho”. É deste último que reservo estas poucas linhas, lembrando hoje mais um aniversário de sua partida, acontecida em 17 de julho de 1989, para homenageá-lo e agradecê-lo pelo muito que fez por minha terra. 

Titonho” nasceu na Zona Rural de Cajazeiras, Sítio Cotó, hoje sítio Fátima, ainda quando Cachoeira dos Índios pertencia ao município de Cajazeiras. Desenvolveu suas habilidades iniciais de estudante no Colégio Padre Rolim. Como as dificuldades da época o impediram de concluir o ginásio, dedicou-se a ensinar o que aprendera. Abriu uma escola, iniciou o exercício do magistério, fez-se professor.

Seu espírito de luta, sempre voltado para o futuro, ousou e conseguiu muitas vitórias. Dirigiu jornal, participou da vida pública em órgãos do Estado e da Prefeitura de Cajazeiras, exerceu cargos importantes como de Secretário. Chegou a ser Prefeito Interino de Cajazeiras, nomeado pelo Interventor Federal do Estado, o Dr. José Gomes da Silva, cargo que ocupou por um mês.

Foi Inspetor Municipal de Ensino em Cajazeiras. Foi Secretário do então Colégio Comercial Monsenhor Constantino Vieira. Foi também Secretário da Biblioteca Pública Municipal. Dirigiu e coordenou o “Nova Era”, Jornal Oficial do Município, quando este era reproduzido dentro dos padrões normativos. Nele, além dos atos oficiais e das matérias da administração, costumava escrever artigos importantíssimos, os quais versavam sobre a história de Cajazeiras e/ou dos seus filhos.

Professor Antonio de Souza escreveu a história de Cajazeiras, dela participou, orgulhando a todos nós. A sua vida dedicada ao ensino, foi sempre de doar-se a causa do desenvolvimento social e da educação de Cajazeiras, pautada numa conduta ética, graças ao seu perfil de cidadão honrado, respeitado e respeitoso.

Quem queria conhecer Cajazeiras, buscava o Mestre “Titonho”… um acervo vivo… uma memória ambulante, um patrimônio moral que dou testemunho de fé, pois tive a grata felicidade de conhecer e de conviver como aluno do Colégio Comercial Mons. Constantino Vieira e como colega de trabalho a partir da segunda década da minha existência.

Cajazeiras foi contada em “retalhos” através de Crônicas desse “MESTRE ESCOLA”, como gostava de se intitular “Titonho”. Em sua residência, a convite dele, tive a oportunidade de visualizar um grande acervo de escritos…, fotos, livros. Não sei o destino que foi dado a tão importante acervo.

Ensinou para muitas gerações como proceder como pessoa educada, orientando-as para a vida, buscando forjar cada um dos seus alunos a responsabilidade com a cidadania, com o dever cívico e o compromisso para com o futuro da nossa terra.

Muito jovem, eu me sentia como um menino metido, quando era aceito em rodas de conversa do professor “Titonho”, ao lado de outras figuras que faziam parte da cúpula do governo municipal. Entre um drink e outro nos encontros dos sábados após o expediente da Prefeitura, deleitava-nos ouvindo suas histórias sobre Cajazeiras, seus filhos ilustres, sobre governos passados e a esperança do futuro que ele com maestria incutia a cada um dos que lhe ouvia. Era verdadeiramente um momento de aprendizagem.

Ter sido seu discípulo foi para mim, além de muito honroso, muito proveitoso, pelo que aprendi com seus ensinamentos, suas orientações.

Nesta singela lembrança busco homenagear uma figura que dedicou sua vida a nossa causa, e que Cajazeiras, esquecida como sempre, não lembra seus dedicados antepassados que edificaram o nosso presente.




fonte: ac2brasilia.blogspot.com.br

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