terça-feira, 29 de outubro de 2013

Enigmas de nosso tempo

_________________________________Escreveu, Mariana Moreira



O nome e o lugar estão se dissipando em meras memórias. Figuram mais como sonoros e remotos lugarejos ou designações de espaços que soam como nomes exóticos, andando de costas para o tempo. Assim é o Riacho da Curicaca, que vem sendo engolido, de forma voraz e insaciável, pela especulação imobiliária que, ao arrepio de qualquer vigilância pública, espalha suas garras movidas tão somente pelos interesses do lucro fácil. Uma fome que se alimenta de aterros e terraplanagem convertendo em loteamento córregos e riachos margeados por touceiras de oiticicas, por locas de pedras onde se escondiam sapos e lagartos que se esgueiravam de possíveis predadores ou se protegiam do sol.

E o Curicaca que, em tempos de invernadas abundantes, cantava afinada música de água barrenta borbulhando em pequenas cachoeiras e remoinhos improvisados em formações rochosas que se amontoavam em seu estreito leito, vai definhando e amofinando como a antecipar seu cruel destino de ser apenas um inanimado canal por onde escorre os fétidos esgotos urbanos. As formações rochosas de seu leito não resistiram ao impacto feroz dos explosivos e se converteram em pedras de calçamento deixando nu e exposto teu espinhaço ossudo de pedras e crateras. Tuas oiticicas ardem implacáveis em fornos de padaria ou em churrasqueiras que deliciam aprazíveis encontros de amigos e distanciam nossa responsabilidade com nossos recursos naturais.

E a cidade cresce e se verticaliza. Surgem os primeiros edifícios de mais de quatro andares. Um positivo sinal de que o crescimento econômico impulsionado, sobretudo, pela expansão de seus serviços educacionais, que atrai para a cidade estudantes universitários de vários estados da região, vem criando alternativas de vida para a população fora do combalido esquema agricultura-pecuária. As ruas se apinham de automóveis que disputam aguerridamente as parcas vagas de estacionamento enquanto esperam que o poder público defina regras racionais paras disciplinar essa área. As novas construções sinonimizam progresso, mas negligenciam um aspecto fundamental para quem vive numa região marcada por uma configuração de semiaridez: a falta de água e a relevância vital que a água da chuva que, em muitos anos, cai de forma irregular, assume como estratégia de vivência e de convivência. Não se observa, nestas construções, nenhuma iniciativa de armazenar a água da chuva que, acumulada em cisternas, pode ser necessária para o atendimento de várias necessidades, como descargas sanitárias, banhos, limpeza doméstica, rega de jardins, lavagem de carros e calçadas. Atividades que, no momento, são realizadas com água tratada e, escassa. Além da escassez, essa água, para tornar-se adequada ao consumo humano, sofre um processo de purificação que redunda em investimentos financeiros realizados com dinheiro público, ou seja, de nossos impostos. Dinheiro que se torna ausente em hospitais, escolas, estradas, afligindo pessoas e antecipando vidas. 

Enquanto isso fica a pergunta: quem sabe onde é, ou era, o riacho da Curicaca? 




fonte
: Sete Candeeiros Cajá
Música "Forte Velho" do último Cd do músico e compositor cajazeirense Naldinho Braga a a Banda Carro de Lata.      

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Poeta Cajazeirense Aldo Lins radicado no Recife/PE, recita de sua autoria o poema "Bandeira da Aurora"

domingo, 27 de outubro de 2013

A HOMENAGEM A CRISTIANO CARTAXO
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        Um significante registro para aqueles que têm interesse em estudar a história da educação em Cajazeiras. Uma foto produzida em 1973, que revela detalhes da homenagem prestada pelos alunos de uma turma concluinte de 3º ano científico do Colégio Estadual de Cajazeiras, ao poeta cajazeirense Cristiano Cartaxo. A imagem em frente e verso, mostra em primeiro plano Tantino Cartaxo, o homenageado - poeta Cristiano Cartaxo, Monsenhor Vicente Freitas e Prof. Raimundo Holanda. Ainda é possível ver por traz de Tantino, na porta da sala de aula, as alunas: Dorinha (irmã de Laci e Galego Billy Gancho) e Socorro Almeida. No verso da fotografia, há um oferecimento feito por Francisco Rolim Freitas ao Prof. Raimundo Holanda.


   


fonte: (acervo) prof. Raimundo Holanda

terça-feira, 22 de outubro de 2013

O tempo e a fotografia de Cajazeiras

No passado era apenas assim: "preto e branco como as imagens no cinema mudo". Mas as cores do tempo, monocromáticas há anos, graças a obscuridade e o isolamento dos velhos baús, junto com os desafios da modernidade, transformaram nossas ruas do presente, em imagens sépia e ocre. Abaixo, algumas imagens de locais em nossa cidade, que o tempo não coloriu, apenas pigmentou, pois simplesmente são registros da nossa história, que ponteia e consola nossas fatigadas almas de lembranças. Lembranças, que só podem ser sentidas em preto e branco. E se não for assim, não tem graça nenhuma.

Album Fotográfico
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Legenda das Fotos:

1ª. Casarões que ficava em frente a Praça do Congresso. Popularmente conhecida como Praça da Prefeitura. Vê-se ao fundo a torre da caixa d'água do Hotel Oriente.
2ª. Antigo Dispensário de Tuberculoses que ficava no inicio da antiga estrada que começava ao lado direito do Hospital Regional de Cajazeiras, indo até a zona rural.
3ª. Década de 60 - Rua Padre José Tomaz. Ainda sem o alargamento do trecho que começava da Praça dos Carros (coração de Jesus) ao Cine Teatro Paz.
4ª. Década de 70 - Um trecho da Rua Tenente Sabino. hoje calçadão da Tenente Sabino
5ª. Dezembro de 1973. Alargamento da Rua Padre José Tomaz. Obra do Prefeito Antônio quirino de Moura. Crédito fotográfico: Chiquitinha Elias.
6ª. Uma das mais antiga fotografias do Cemitério Coração de Maria. Vê-se também a estrada que ligava a Rua Padre José Tomaz a zona sul, onde é hoje a Avenida Engenheiro Carlas Pires de Sá.


SE VOCÊ GOSTOU, DEIXE O SEU COMENTÁRIO.

 



quarta-feira, 16 de outubro de 2013



Uma Justa Homenagem


JOSÉ ANTÔNIO DE ALBUQUERQUE: Revista Correio das Artes, editada pela a UNIÃO, setembro de 2013, publica um excelente trabalho sobre "O Teatro em Cajazeiras". São trinta e três páginas que retratam e destacam "o fazer teatral em Cajazeiras" e o foco principal é a nossa querida e inesquecível Ica Pires. Escreveram para a esta edição: Chico Cardoso, Vanessa Queiroga, Guilerme Cabral, André Luiz, Nonato Guedes, Ubiratan de Assis, Pepe Pires, Alarico Correio Neto, Constantino Cartaxo, Telma Cartaxo, Cristovam Tadeu, Buda Lira, Guilherme Cabral, Eliezer Filho, Íracles Pires, Hildebrando Assis, Rosilda Cartaxo, Janne Pires e um depoimento de Chico Rolim (publicado no seu livro "do miolo do Sertão). Considero este trabalho como ótimo, pois resgata a importância que a nossa Cajazeiras tem no campo teatral. Vale a pena ler e arquivar, pois foi o que melhor já se produziu nesta área.



sábado, 12 de outubro de 2013



AC3 vai liderar um movimento, a partir de novembro para criação de uma nova Universidade em Cajazeiras

Existe entre a comunidade acadêmica da UFCG, Campus de Cajazeiras, professores que são contrários à criação de uma nova Universidade, mas em todos os segmentos da sociedade civil organizada de Cajazeiras existe unanimidade para sua criação e a AC3 vai liderar um movimento, a partir de novembro, para a retomada do projeto, que já está pronto e deverá ser entregue nas mãos da bancada da Paraíba, em Brasília.

Do contra

O modelo que vai ser proposto será na mesma linha e nos moldes em que foi criada a Universidade Federal do Cariri Cearense, que ao se desligar da UFC, receberá um volume de recursos superior a 100 milhões de reais, criação de mais Campi e mais cursos e mais de 200 contratações de professores e servidores. Quem fica contra a uma luta desta envergadura e que vai beneficiar a nossa região, não pretende criar raízes entre nós e talvez seja muito elitista.


fonte: (faisqueira) coluna do Gazeta do Sertão