sábado, 27 de setembro de 2014

A simplicidade e o colorido das luminárias decorativas de Fabiano Feitosa




Os objetos advindos da atividade artesanal são dinâmicos e hereditários, pois ultrapassam tempos e gerações. Assim sendo, o artesanato é naturalmente uma atividade milenar, característico da tradição cultural de um povo. Seja em que lugar for, o artesanato vai estar presente como criação livre e espontânea. A cidade de Cajazeiras, historicamente, sempre apresentou a Paraíba, o seu artesanato, fruto da criatividade das mãos dos seus artesãos e de sua gente.

Entretanto, como tantas cidades nordestinas que tem no artesanato um artífice a mais, como fonte de renda, Cajazeiras também tem demonstrado através dos objetos criados pelos seus artistas, toda força criativa possível para expressar o quanto é grande a sua cultura; a sua arte a suas manifestações sociais; caracterizadas através da produção de suas peças artesanais, seja essas confeccionadas em materiais simplificados ou de difícil manipulação. Em quaisquer materiais que forem trabalhadas, a diversificação das peças criadas, revelará o quanto são criativos os nossos artesãos. 

No caso das imagens abaixo, elas mostram que a matéria prima usada pelo artesão foi simplesmente tubos de PVC, acrescidos de outros materiais secundários. O que se pode observar nas peças que seguem, é que elas podem até serem comuns, vistas em outros lugares, em outras culturais; mas a genuinidade das confeccionados por Fabiano Feitosa não podem ser comparadas com as mesmas feitas por outros artesãos de outras cidades da nossa Região Nordeste, pois elas trazem toda uma gama de elementos expressivos que só diz respeito ao próprio Fabiano, ao seu universo particular, ao meio onde ele vive. Por isso elas são diferentes, autênticas. 
   








Aos interessados em umas dessas peças, os telefones são: (83) 9309.6533 (83) 9110410

sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Açude Senador Epitácio Pessoa, 100 anos de Glória e decadência

por: José Antônio de Albuquerque



No próximo ano, 2015, em 16 de abril, uma quinta-feira, o Açude Senador Epitácio Pessoa, conhecido popularmente como Açude Grande, inicialmente denominado de Açude Cajazeiras, completará 100 anos de existência. No local onde foi construído já existia um velho açude em terras pertencentes à família Rolim, formado por duas barragens, nos braços do Riacho Caieira, pouco abaixo da junção dos Riachos Boi-Morto e Casemiro, que completam a bacia hidrográfica do açude. Quase no centro destas duas barragens estava a casa da fazenda dos pais do Padre Rolim, fundadores da cidade, Vital de Sousa Rolim e Ana de Albuquerque, que foi destruída para dar lugar ao que é hoje o Cajazeiras Tênis Clube.

A seca de 1915 obrigou autoridades locais a se mobilizarem no sentido de dar serviço a cerca de mil flagelados. E foi diante do quadro triste e desolador da seca, que arrastava consigo um inseparável quadro de miséria, uma multidão de famintos, maltrapilhos, seminus, magros, anêmicos e caquéticos formavam um quadro dantesco e cruel, que no dia 27 de dezembro de 1915 foram iniciadas as obras do Açude Grande.

Dom Moisés Coelho, que nascera no dia 8 de abril de 1877, ano de outra grande seca, acabava de tomar posse na recém criada Diocese de Cajazeiras, como seu primeiro bispo, em 29 de junho de 1915. Defrontou-se com esta grande seca e começou a tomar as providências no sentido de minorar a situação aflitiva dos flagelados da seca. Dirigiu-se a diversas autoridades, dentre elas o Presidente da República e aos bispos e padres amigos de diversas regiões do País. O clamor do Bispo foi ouvido pelo Vigário Geral da Diocese de Fortaleza, Monsenhor Melo, que enviou ao Bispo de Cajazeiras para socorro aos famintos cinco contos seiscentos e um mil reis (5.601$000); a Associação Comercial da Paraíba enviou trezentos mil reis (300$000) e o Bispo do Ceará mandou quatro contos, quinhentos e sessenta e cinco mil duzentos e noventa reis (4.565$290). Estes donativos foram distribuídos pelas paróquias e o restante foi reservado para melhoria no Açude de Cajazeiras. 

Cajazeiras, em 1915 era considerada uma das mais importantes cidades do interior, não só pelo comércio, mas principalmente pela sua população que já atingia cerca de 4.000 habitantes e já possuía 458 casas. O governo não podia fechar os olhos para uma cidade onde se aglomeravam muitos flagelados.

Muito embora não existissem estudos e projetos mais profundos na “Inspetoria de Obras Contra as Secas” para construção de um açude em Cajazeiras a única maneira que encontraram para solucionar o problema foi aproveitar o velho açude cujas paredes eram de terra, mal construída e já em péssimas condições, com um comprimento de 150 metros com 5 metros de altura e outra construída de alvenaria de pedra e cal, que servia de sangradouro, que fechava o braço direito do riacho.

A Câmara Municipal, na Sexta legislatura, (1913-1917) composta dos vereadores Joaquim Gonçalves de Matos Rolim, Juvêncio Vieira Carneiro, Emídio Assis, Joaquim de Sousa Rolim Peba, Henrique Gomes Leitão, Emídio Tomaz de Aquino, Martinho José Barbosa, Emiliano de Oliveira e Sousa e Joaquim Lima de Sousa Madeira também se engajou na luta pela construção do açude para dar amparo aos flagelados da seca.

Depois de muitos estudos, no dia 18 de novembro de 1915 foi formada uma comissão construtora, tendo como chefe o engenheiro José Francisco Coelho Sobrinho, que hoje é nome de uma das mais antigas ruas da cidade, conhecida como Rua Dr. Coelho. A comissão só conseguiu chegar a Cajazeiras no dia 25 de dezembro, para no dia 27 serem iniciados os trabalhos. Dos mil flagelados foram alistados apenas 300. 

O projeto inicial foi substituído e trouxe uma vantagem, pois aumentou consideravelmente a sua capacidade para 2.599.600 metros cúbicos d’água. As duas barragens ficaram com 453,5 metros de comprimento e seu sangradouro ficou com 36 metros de comprimento, cuja fundação é assentada em rocha firme. A famosa escadaria da Avenida Presidente João Pessoa, foi construída como “gigante”, na administração de Antonio José de Sousa, nomeado interinamente prefeito de Cajazeiras, em março de 1947, e reformado na administração de Otacílio Jurema, no seu primeiro mandato (1951-1955), para dar sustentação a muralha. Conclusão: a parte mais funda do açude se encontra logo após a Praça Presidente João Pessoa.

O custo do açude

Um fato incrível, se fosse nos dias de hoje. O orçamento para a construção foi de 76:244$096, só que foi gasto 73:201$425, quase 3 contos a menos do que foi programado. As despesas foram efetuadas nos seguintes itens: pessoal técnico administrativo, operários, desapropriações, ferramentas, utensílios, objetos de escritórios e materiais de construção. Hoje em dia os aditivos são tantos que geralmente todas as obras têm seus orçamentos dobrados. Todos os recursos foram originados do Tesouro Nacional.

terça-feira, 16 de setembro de 2014

Entrevista do Escultor e Artista Plástico Modesto Maciel para a TV Diário.

fonte: Diário do Sertão


O Artista Plástico cajazeirense Modesto Maciel concedeu entrevista ao programa Interview da TV Diário do Sertão. Na entrevista, Modesto, falou de sua infância, dos pais e das brincadeiras de rua. Filho de carpinteiro e de costureira, Modesto disse que cresceu no meio do artesanato. “Ajudava a meu pai faze móveis porque era tudo artesanal”. Modesto contou que não freqüentou a escola nos primeiros anos escolares, pois estudava em casa. “Estudei na escola somente no ensino médio no Colégio Diocesano”.

Modesto que também e escultor, lembrou que se apaixonou pela música desde cedo, e aprendeu suas primeiras notas com o professor do ensino médio, mas enfrentou muitos preconceitos, pois sua mãe não queria que seguisse carreira musical porque era “coisa de bandido”. “Fiz algumas músicas e participei dos festivais do Apolo XI de Cajazeiras. Nos anos 70 a cidade respira cultura. Era muito bom”. Revelou.

Sobre a sua vivencia com a arte em Cajazeiras, Modeste Maciel, declarou que somente veio acontecer nos anos 70. E afirmou que atualmente as pessoas usam a arte como meio comercial. Interpelado sobre o que falta hoje para a cultura de Cajazeiras, o mesmo respondeu dizendo que os representantes da cultura em Cajazeiras se acomodaram com seus empreguinhos e se esqueceram da cultura. “Não promovem mais o artista”. Veja abaixo a entrevista completa.