sábado, 25 de julho de 2015

Equipe de produção do curta "5 Minutos", define locações de gravação.



O audiovisual cajazeirense, agora com a realização do seu primeiro festival, tem pressa em decolar definitivamente. Se bem que a sua produção, aparentemente modéstia, mas que fora dos holofotes não tem nada de modéstia - se neste contexto forem somadas as engenhocas caseiras criadas e os experimentos montados por freelances, candidatos a aventureiros videomakers. 

Toda essa efervescência, esse liquidificador, esse fascínio pelo cinema, traduz em realização de bons ou maus produções. Isso é natural, como é natural o cenário que dispõe a sua região, capaz de cativar e seduzir quem se lança nessa aventura. Mas para a equipe do curta "5 Minutos", formada por pessoas experientes e talentosas como é Raquel Rolim e o veterano diretor de teatro Francisco Ernandes, o que cair na rede deles, só deve sair coisa boa. 

Pelos arredores de Cajazeiras, paradas belíssimas é o que não falta para quem é criativo e deseja alcançar além do que essa criatividade permite. Focados nesse sentido, Raquel e Francisco Ernandes, acompanhados pelo roteirista Rogério Oliveira e o ator Kaliel Conrado, na busca de um set que se identificasse com a trama que o roteiro de “5 Minutos” exigia, descobriu no Casarão dos Pebas - Fazenda Boa Vista, o local adequado para as gravações do enredo do referido curta-metragem.

As imagens colhidas nessa procura, não resta dúvida da exuberância da nossa paisagem, seja ela na Várzea de Ema, Lagoa do Arroz ou Serragem a diversidade desses locais, são fantásticas e inspira cinema. Foi assim que Glauber Rocha criou o cinema novo no Brasil. O engraçado nisso tudo é que Glauber passou, passou também o cinema novo, mas essas imagens continuaram paradas, seja em Cajazeiras ou em qualquer lugar do Nordeste, sempre a disposição como locações para novas realizações do nosso cinema.

A história de amor e ódio embutido no roteiro de “5 Minutos”, começa a ser destrinchada nesta segunda-feira (27), às 19h00, no Centro Cultural Zé do Norte, com a seleção dos atores do elenco secundário. O elenco de ponta já foi definido e terá a participação de Raquel Rolim, Francisco Ernandes, Kaliel Conrado e Agnaldo Cardozo.





   

quarta-feira, 22 de julho de 2015

Finalmente um filme que tem a cara do cinema brasileiro, será exibido no Cineclube Marcélia Crataxo.



BARRAVENTO: 
É O FILME EM CARTAZ NO CINECLUBE CARCÉLIA NESTA SEXTA-FEIRA (24), ÀS 19H30. O CINECLUBE FICA NA SEDE DO NEC/UFCG - ANTIGA ESTAÇÃO DE TREM.

Sinopse:

Numa aldeia de pescadores de xeréu, cujos antepassados vieram da África como escravos, permanecem antigos cultos místicos ligados ao candomblé. Firmino (Antônio Pitanga) é um antigo morador, que foi para Salvador na tentativa de escapar da pobreza. Ao retornar ele sente atração por Cota (Luíza Maranhão), ao mesmo tempo em que não consegue esquecer sua antiga paixão, Naína (Lucy Carvalho), que, por sua vez, gosta de Aruã (Aldo Teixeira). Firmino encomenda um despacho contra Aruã, que não é atingido. O alvo termina sendo a própria aldeia, que passa a ser impedida de pescar. Barravento é uma produção do ciclo do cinema novo e tem direção de Glauber Rocha. Duração: 1h18min





quinta-feira, 16 de julho de 2015

Expectativa em Cajazeiras para receber seu primeiro festival de cinema.



Cajazeiras se prepara para receber como muita expectativa a primeira versão do seu primeiro festival de cinema. Como uma cidade habituada com seu intensivo movimento cultural, que rompeu décadas, promovendo a arte e revelando talentos nas quatro linguagens que compõe o segmento artístico; o evento vem dar mais ânimo e ascender essa parcela que no passado teve destaque a partir da criação do antigo Cineclube Vladimir Carvalho, onde jovens como Valiomar Rolim, Ubiratan Assis, Marcos Luiz, Nonato Guedes e tantos outros que não me recorde neste momento, impulsionaram em Cajazeiras o debate sobre a produção de cinema nacional, em particular a regional, patrocinada pela efervescência do cinema novo.  

Raquel Rolim - Organizadora
Essa juventude que no passado, participava de jornadas cineclubistas pelas capitais do Nordeste; que promovia a discussão sobre cinema; que debatia sobre filmes de artes; que exibia na biblioteca pública, o melhor do cinema neorrealismo italiano e que desfilava com suas câmeras em Super 8; documentando e produzindo imagens cujo o roteiro era sempre os aspectos culturais, sociais e comportamentais da sociedade cajazeirense dos anos 70 e 80, agora incorpora em Raquel Rolim a ideia de um evento que vem completar esse ciclo, e que a cidade há muito tempo necessitava.

O que se espera agora, depois desse pontapé inicial, é que esse 1º Festival de Cinema, venha com sucesso e continue nos próximos anos com mais vigor, passando no futuro a ser um grande festival, sempre difundindo e incentivando a produção de cinema na região. Estimulando as novas gerações a se engajarem e alimentar o interesse por essa linguagem da arte que fascina e encanta milhares de especadores pelo mundo afora.    

O festival acontecerá no mês de agosto próximo, entre os dias 18 a 20, na Praça do Leblon, a partir das 20 horas. Na abertura do evento, serão apresentados shows de música e de humor com as participações do Mestre Fuba, Emiliano Pordeus, Liss Albuquerque, Jocelio Amaro e Marcio Tadeu.

De acordo com Raquel Rolim, “o festival tem como objetivo incentivar e difundir o cinema, promovendo o encontro do público com as produções, estimulando novas ideias, intercâmbios de novas produções e gerando reflexões através de realização de oficinas, exibição de filmes, homenagens, debates e apresentações culturais”.

Francisco Ernandes - ator homenageado 

Convidados Especiais: 
Joselio Amaro, Emiliano PordeusMestre Fuba, 
Liss Albuquerque e Marcio Tadeu.


 






segunda-feira, 13 de julho de 2015

O QUE MUDOU NA ARQUITETURA DE FACHADA DO CENTRO COMERCIAL DE CAJAZEIRAS:

Nos 139 anos de Cajazeiras, veja nas imagens dos quadros abaixo, as principais mudanças sofridas pelo conjunto arquitetônico do seu centro comercial, composto pela rua Padre José Tomás e edifícios que compõe o sítio da Praça Coração de Jesus - popularmente conhecida como "Praça dos Carros," ou através dos ângulos sugeridos pelo fotógrafo Cavalcante Júnior, nas fotografias dos três últimos quadros desta postagem. 


Quadro 01. 










A primeira fotografia, mostra o principal trecho da rua Padre José Tomás, sem o sobrado onde hoje está instalada a Daniele Boutique e sem o primeiro andar da esquina onde funcionou a antiga loja Casas Pernambucanas. Na segunda, esse mesmo trecho já com a edificação do referido sobrado, mas ainda sem o primeiro andar da loja Casas Pernambucanas. 

Observe que os frontões, tanto das fotografias do lado esquerdo como a do lado direito, foram modificados. Principalmente, o conjunto de lojinhas que fica lado esquerdo da primeira fotografia. Comparando as duas imagens, observa-se que houve um deslocamento da porta de entrada para o mercado. A primeira fotografia, talvez seja a mais antiga fotografia feita desse trecho. Veja que o pequeno sobrado onde está instalada a lanchonete São Braz é mais antigo desse trecho. 


Quadro 02.









Veja que na primeira imagem deste quadro, as modificações continuam. No canto direito da foto, já há uma marquise, porém ainda não há o primeiro andar da loja Casas Pernambucanas. Na segunda imagem, já há o primeiro andar da Casas Pernambucanas e a entrada do mercado sofreu um intervenção, com o frontão sendo aumentado e anexação de um portão.


Quadro 03. 










Nestas duas imagens acontece a descaracterização de um dos prédios mais belo do centro, o sobrado onde está instalado a Daniele Boutique. Repare que os batentes que haviam nas portas foram retirados e substituídos por soleiras aparadoras ou de contenção. Os arcos romanos que existiam nas portas, também fora retirados. 

No seu comprimento, as partas laterais sofreram modificações, e foram substituídas por portas de vidros e portões de ferros. Ainda no pavimento térreo que fica de frente para praça, aconteceu a maior agressão na fachada original do edifício. É só comparar as duas imagens; observa-se que essa parte foi totalmente modificada.        


Quadro 04.










Agora com mais amplitude, observe por outro ângulo as modificações do sobrado onde está a loja Daniele Boutique e parte do sítio da antiga Praça dos Carros, atual Coração de Jesus. Observe como ocorreram as modificações nas fachadas dos prédios.


Quadro 05.









Outro sobrado que sofreu gritantes modificações, foi o onde está instalada a Lanchonete São Braz. Repare que no seu pavimento superior, as janelas foram completamente modificadas. As mesmas foram diminuídas; perderam os arcos indianos que haviam e na sua nova versão; elas foram fixadas sem a devida simetria. 

O pior, é que o parapeito em estilo colonial que havia na janela principal do pavimento superior, foi arrancado e substituído por um de vergalhões niquelados. Finalizando, todos os ornamentos que compõe a fachada do mesmo, foram modificados.  

Cleudimar Ferreira.


B O N U S
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PINTURA NÃO USUAL EM FACHADAS ANTIGAS FOI USADA NA SEDE DO GRÊMIO ARTÍSTICO CAJAZEIRENSE. ESPIA como foi o tratamento que os dirigentes do CDL de Cajazeiras deram a esse prédio que foi construído especificamente para abrigar a sede do Grêmio Artístico Cajazeirense. O prédio, me parece, é um equipamento tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado da Paraíba - IPHAEP. Além das cores gritantes, pouco usual e desconforme para pintura de fachadas antigas. A pintura feita no velho prédio da Praça do Espinho chama atenção e agride os olhos das pessoas que passam pelas imediações do prédio. O executor desse modo Fauvista de ver o mundo, não poupou nem os medalhões decorativos que há no frontão do mesmo, composto de nome e data da construção do prédio, que foram empalecidos, ofuscados com o pigmento branco. Uma agressão.









VEJA COMO FICOU BONITO O PRÉDIO ONDE FUNCIONAVA A CASA NORTE DE JOSÉ ADEGILDES. Prédio histórico em Cajazeiras, onde funcionou a loja de materiais elétricos e variedades “Casa Norte”, que era de propriedade de José Adegildes, passa por reforma. A combinação das cores, ocre amarronzado como a tinta principal da fachada e os frisos, linhas, arcos e arabescos decorativos em branco, combinaram muito bem. Pena que as portas originais que eram de madeiras, não foram preservadas.




sexta-feira, 10 de julho de 2015

Cajazeiras completa hoje 139 anos de cidade.

10 de Julho: dia da cidade de Cajazeiras, um data esquecida.


Escreveu: José Antonio de Albuquerque


Colégio Diocesano e Catedral Nossa S. da Piedade - Imagens: Cavalcante Junior




A cidade de Cajazeiras completa hoje 10 de julho, 139 anos da elevação da Vila de Cajazeiras à categoria de cidade. Infelizmente uma data esquecida e não comemorada pelos cajazeirenses.

Quando chegaram os primeiros povoadores à região do que seria o futuro município de Cajazeiras, em quase todo o Sertão já havia habitantes. Vital de Sousa Rolim e Ana Francisca de Albuquerque (Mãe Aninha), uniram-se em matrimônio. A união destas duas famílias deu origem ao povoamento de Cajazeiras. Começava o núcleo que faria o desenvolvimento da cidade. A Fazenda das Cajazeiras, se constituiu através de uma doação de Luís Gomes de Albuquerque quando do casamento de sua filha Ana, com Vital de Sousa Rolim. Em frente à casa da fazenda, Mãe Aninha ergueu um oratório dedicado à Nossa Senhora da Piedade, onde costumava rezar e assistir as celebrações feitas pelo filho Inácio Rolim - o padre virtuoso e santo que soube conduzir a cidade para um grande crescimento, para um futuro promissor.

O Padre Rolim, em 1825, retornou de Olinda - Pernambuco, ordenado, e a partir de então, dedicou-se de corpo e alma ao magistério. Fundou o Colégio. As datas da fundação são divergentes: teria sido em 1837? Ou 1839? Ou ainda em 1843? O seu trabalho como educador projeta-se por todo o Nordeste. Após o falecimento do Padre, o Colégio continuou a viver. E se constitui num dos mais tradicionais e importantes da cidade. Infelizmente teve suas atividades paralisadas e mais uma vez foi fechado.

O Oratório de Nossa Senhora da Piedade, passou a dignidade canônica de Capela e em 29 de agosto de 1859, através da Lei Provincial n.º 5, foi criada a Paróquia de Nossa Senhora da Piedade, sancionada pelo Presidente da Província Paraibana Ambrósio Leitão da Cunha. Instalada a Paróquia, o seu primeiro vigário foi o Padre José Tomaz de Albuquerque.

Criada a Paróquia o povo de Cajazeiras começou a ganhar expressão política.

O povoado de Cajazeiras se desenvolvia. Já tinha o Distrito representante junto à Câmara Municipal de Sousa. Foi da iniciativa de Vital Rolim (neto de mãe Aninha e Vital) instalar a 20 de junho de 1864, o município de Cajazeiras, já criado através da Lei Provincial de nº 92, de 23 de novembro de 1863, cuja Câmara Municipal, instalada no mesmo dia, sob a presidência do Padre José Tomaz de Albuquerque, que já fora o primeiro vigário.

Cajazeiras deve a sua independência política ao Deputado Provincial, do partido Liberal, representante de Piancó, Dr. João Leite Ferreira. Em sessão de 27 de outubro de 1863, apresentou um projeto de lei que recebeu o número 23. Após debates, teve a sua primeira votação em 10 de novembro de 1863. Em sessão, no dia 13 de novembro subiu à sanção do Presidente da Província Dr. Francisco de Araújo Lima. Cajazeiras foi elevada à categoria de Vila e sede do município. Passou 12 anos como Vila. Mas neste pequeno período a vida política do município foi constrangedora, conturbada e perturbada. Muitos foram os fatos funestos: em 1867, teve duas câmaras municipais (Câmara Nova e Câmara Velha), em 1868, aconteceu o brutal assassinato do Tabelião José Leandro Soares. A crise política instalada no município deflagraria num terrível morticínio. Em 1872, dia de eleição de vereadores e juízes de paz, no patamar da Igreja Matriz, numa violenta batalha campal, morreu crivado de balas de bacamarte, um membro do partido liberal, o jovem Tenente João do Couto Cartaxo.

Esse clima de violência e truculência política era patrocinado, principalmente, pelos membros do partido conservador do Distrito de Santa Fé, liderados pelo Alferes João Pires. Cajazeiras se liberta e se livra do signo da violência quando adquire o foro de cidade. Os doze anos de Vila foram de insegurança e incertezas para todos os seus habitantes.

Com a criação do município, Cajazeiras passava a ter o seu termo Judiciário, datado de 19 de janeiro de 1864, agregado ao termo de Sousa. Somente em 2 de janeiro de 1875, graças ao Decreto Imperial de n.º 5844, Cajazeiras passa a ter o seu juiz municipal togado e residindo na cidade. Assumiu nessa condição o alagoano Dr. Bernardo Lindolfo de Mendonça.

O povoamento, a fazenda, o colégio, a paróquia, a vila, o município, o termo judiciário e finalmente a cidade, foram os caminhos percorridos por Cajazeiras para chegar até os dias de hoje.

Cajazeiras, foi elevada à categoria de cidade no dia 10 de julho de 1876, através da Lei Provincial 616, sancionada por Dr. Flávio Clementino da Silva (Barão de Mamanguape). Por que não comemorar esta importante data da história do município? Por que as mais importantes datas, como o 23 novembro (emancipação política) estão esquecidas ou simplesmente ignoradas?

Cajazeiras comemora o dia da cidade, no dia 22 de agosto, data do nascimento de Padre Rolim. Infelizmente, os discursos proferidos neste dia, anunciam que o 22 de agosto é a data da emancipação política. Procedendo assim estamos ensinando a história do município completamente errada. É preciso resgatar os valores maiores da nossa história. Não podemos, nem devemos tão somente incorporar a História do Padre Rolim como única. Existem outros inúmeros valores e datas significativas que devemos resgatar e celebrar. Neste dia 10 de julho, comemore os 139 anos da cidade de Cajazeiras!





fonte: ac2brasilia.com

segunda-feira, 6 de julho de 2015

A passagem e a prisão do cangaceiro "Moreno" em Cajazeiras.

por Cleudimar Ferreira


Moreno quando era integrante do bando de Lampião 


Outra imagem de Moreno
Na história recente, Cajazeiras não foi, nem pareceu ser muito, uma daquelas cidadezinhas no interior do Nordeste que nas primeiras décadas do século XX, teve costumeiramente o seu nome marcado como um entreposto para ações delituosas de grupos de cangaceiros.

Fora a frustrada investida do seu ex-inquilino - o lugar-tenente de Lampião, Sabino Gomes de Gois, em 28 de setembro de 1926; ação essa, interpelada bravamente pela força de sua população ou os rumores baseados na oralidade, da circulação de personagens como Lampião e Luiz Padre pelos Sítios Cipó e Baixa Grande, na região da Catingueira, atual cidade Cachoeira dos Índios - que no passado pertenceu ao município de Cajazeiras. 

Fora isso, o que restou para complementar a sua passagem por esse ciclo, talvez nem tenha tanta relação com essa prática, mas mereceu destaque. Além disso, marcou também outros fatos, que não tão muito importantes, se em resume em apenas algumas isoladas emboscadas pelas suas cercanias. Muitas dessas, sem a consumação do ato ou outras, esporádicas, com sucesso; como foi a emboscada que produziu a morte do Coronel Manoel Gonçalves Dias, no Sítio Catolé dos Mangueiras.

Ademais, somente rumores produzidos pela imaginação visionária do seu povo, que dormindo com o medo e a expectativa de ataques de bandos de cangaceiros, alimentava os boatos pela cidade, que visitante esse, visitante aquele, estava ou esteve rondando pela sua zona rural, saqueando, causando prejuízos a donos de terras e fazendeiros. Se bem que o próprio Sabino, na sua condição de residente na cidade e antes de entrar no cangaço, tinha dúbia personalidade. Pelas ruas de Cajazeiras ele parecia ser um cidadão comum, mas pelas terras e sítios que rodeavam a cidade naqueles idos de 22 a 24, ele se vestia de malfeitor e afrontava, extorquia e vivia no obscurantismo da lei, a desafiar a paciência das autoridades constituídas do município. Fora isso, o que restou para ser contado, a história ainda não revelou.

Entretanto, como a pesquisa me parece ser um instrumento mais preciso para se chegar a história, há fatos na história social cajazeirense desse período, que talvez ainda não foram revelados. Se foram, também não foram bem esclarecidos e que precisam serem investigados com mais profundidades pelos nossos historiadores. Um desses, foi a passagem pela cidade de Antônio Ignácio da Silva, de alcunha por “Moreno”, que se tornaria mais tarde um dos mais destacados cangaceiros do bando de Lampião. 

A direita, da foto - Antiga cadeia da cidade, onde talvez Moreno ficou preso.


Natural de Tacaratu/PE, onde nasceu em 01 de novembro de 1909, Moreno, chegou à Cajazeiras, após ter fugido às pressas de Brejo do Santo/CE, onde havia se envolvido em confusão e ter cometido várias mortes. Saindo daquela cidade cearense onde vivia com a família, ele acabou desembarcando em Missão Velha/CE, onde pretendia realizar um sonho antigo que era seguir a carreira de policial. Como isso não foi possível ser realizado, pois ainda era menor de idade, ele deixou Missão Velha, e partiu sem rumo e sem direção, entrou no Estado Paraíba, chegando até Cajazeiras.

Em Cajazeiras, nos primeiros dias de sua estadia, Moreno passou a ser visto e tratado pelos seus habitantes, como um estranho, pois não se sabia de onde via, para onde o mesmo ia; se estava de passagem ou se veio para ficar; se morava, se tinha algum parente morando na cidade. Essas dúvidas, fez as autoridades da terra do Padre Rolim, desconfiar de suas intenções e do seu real caráter. Por essas razões, acabou sendo preso para averiguações e por ter sido confundido pela polícia com outro temido cangaceiro - o “Volta Seca”, pertencente na época ao bando de Lampião.

Cangaceiro "Volta Seca"
Preso e encarcerado na cadeia pública da cidade, começam as interrogações e a conclusão final da polícia é que o forasteiro Moreno, por mais esquisito que fosse, não pertencia ao cangaço e nem era o cangaceiro “Volta Seca”. Após a constatação do equívoco, dias depois ele foi liberado. Saindo de Cajazeiras sem saber para onde ia, Moreno ondou cerca de trinta e seis quilômetros, até encontrar ainda no território cajazeirense, uma fazenda onde pediu guarida; conseguindo em seguida um emprego para trabalhar de serviços gerais. Ou seja, no roçado.

Quando tudo parecia correr bem, um fato inesperado envolvendo Moreno aconteceu nessa fazenda, fazendo com que ele, por circunstâncias da confusão que foi gerada, colocasse um pé dentro do Cangaço. É que após um desentendimento com um casal de trabalhadores da referida fazenda; motivado por um “fuxico” que envolveu uma sobrinha do seu patrão, Moreno cometeu um crime, gravando uma faca no peito do seu desafeto, que morreu de imediato no local. Moreno, "acuado", foge para o Estado de Pernambuco e de lá para Sergipe, onde anos depois acabou entrando definitivamente no cangaço - no Bando chefiado por Virgulino Ferreira da Silva - Lampião. 

Moreno - Foto da Carteira de Trabalho  

Moreno com 99 anos, antes de sua morte em 2010.




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fontes: 
Blog do Mendes.
https://diariodonordeste.verdesmares.com.br/regiao/morre-cangaceiro-moreno-aos-100-anos-1.499997   

sexta-feira, 3 de julho de 2015

Sítio onde nasceu o Padre Rolim é doado a instituto missionário.


Parte do Sítio Serrote dos Cavalos, localizado na porção norte do município e apontado como o local de nascimento do grande benfeitor de Cajazeiras, o Padre Inácio de Souza Rolim, foi doado ao instituto missionário dirigido pelo Padre Gervásio Fernandes de Queiroga. A doação foi feita pelos herdeiros da cajazeirense Marilda Sobreira Rolim, como forma de preservar um marco da história cajazeirense e sertaneja.


Em sua página no Facebook, Sarah Rolim, neta de Marilda Sobreira e representante dos demais herdeiros assim se expressou:

         “É com muita honra, e gratidão a Deus …que estou aqui, nesse momento, registrando aos caro (a) s, um fato, de fundamental importância na história, na religião, e cultura… a transmissão oficial de um legado, deixado por Marilda Sobreira Rolim, ao Instituto Missionário, dirigido por Padre Gervásio Fernandes Queiroga, no qual o teor se fundamenta ao Santuário de Nossa Senhora da Piedade, com três tarefas de terra localizado no Sítio Serrote dos Cavalos. Tal marco, é de fundamental importância para a história, pois lá nascera o Pe. Inácio de Souza Rolim…
       Nesse referido lugar, Marilda Sobreira Rolim, reergueu o altar onde o Padre realizava as celebrações…hoje, tradicionalmente, todos os anos se faz lembrada com uma missa no dia 22 de agosto.
         Com profundo respeito à vontade da matriarca, os herdeiros Sávio Max Sobreira Rolim, Fabio Rolim, Nielson Rolim, Sarah Rolim, Bethânia Rolim, Ana Carla Rolim, Ana Carina Rolim, Ana Cristina Rolim, Nadja Rolim, João Arthur Rolim, vestiram a resolução tomada, com muito orgulho e admiração.
         À Cajazeiras um presente do passado a ser entregue, para as mãos do grande e estimado amigo de Marilda Sobreira Rolim, o imortal Padre Gervásio Fernandes Queiroga…”



fonte: Chistiano Moura - Coisa de Cajazeiras