quinta-feira, 21 de julho de 2016

De passagem pelos Correios


Na ilustração, uma tomada da antiga sede dos Correios em Cajazeiras.


Francelino Soares

Quando voltei a Cajazeiras, em 1963, depois de dez anos na Capital do Estado (1952/1962), para assumir o magistério, especificamente, ministrando aulas nas cadeiras de Língua Portuguesa, Latim e Francês, nos Colégios Diocesano Padre Rolim e Nossa Senhora de Lourdes, e no Seminário Nossa Senhora da Assunção,  estava me iniciando  numa vida autenticamente profissional: exercer a missão de professor, quando  formava um bloco uníssimo com companheiros mais idosos, porém com os quais, quase ainda adolescente, procurei me enturmar.

Assim é que convivi com os padres Vicente Freitas, Gervásio Fernandes, Luiz Gualberto; com os professores Domingos Sobreira (Dr. Dingo), Dr. Hernani, Dr. Cristiano Cartaxo, além de outros meus contemporâneos, como “Nego” Chico (Chico Venâncio, ou Francisco Venâncio, que havia voltado do Sul, dizendo-se marinheiro, e que passou a ser o instrutor da banda marcial do Diocesano), Antônio Batista, Dr. Abdiel, Assis de Donato, Walmick Andrade, Antônio (Chinesinho), Herculano, Maílson, Socorro Lima, Oneida, Neuman Soares (minha irmã), Valdenora, Zenaide, Marié, Landim e tantas e tantos outros.

Embora já fosse funcionário do antigo DCT - Departamento de Correios e Telégrafos – era na atividade do magistério que me sentia realizado. Desta eu colhi excelente experiência e convivi com alunos, não somente de Cajazeiras, mas de toda a região, inclusive do Ceará, com cuja convivência aprendi muito da vida. Foram e são pessoas com algumas das quais, ainda hoje, mantenho excelentes laços de amizade e fraternidade, buscando, rememorar, quando as encontro, fatos e passagens daqueles saudosos dias vividos na labuta diária de vida colegial.

Dos Correios, vêm-me à lembrança uma plêiade de velhos amigos e companheiros que tocavam os serviços da fluência de cartas, telegramas e encomendas, com uma prestimosidade e pontualidade que hoje já não se vê mais. Havia passado o tempo dos antigos funcionários – Oliveiros de Oliveira Fernandes, Zé Vilar, Daniel, Antônio Batista, entre outros, quando a agência ainda ficava na Rua Padre Rolim, onde funcionou a Escola do Comércio - e iniciava-se a fase comandada pelos velhos companheiros “decetistas”: Juarez Marques, Belinha, Nadir, Efigênio, Edrízio, Antônio Ferreira, Benu, Nicholson, Maria Ferreira, Lourdinha, Tim, Terezinha Timóteo, Ademir, Sales Figueiredo, Francisquinha (esposa deste último), Deusimar Cavalcanti, Nazuíla, Stela Alencar, Juracy, Iara Caju e tantos outros.

Mas, os Correios representavam para mim somente um caminho de passagem, uma vez que, em paralelo à minha atividade de professor, desabrochou a imensurável paixão pelo microfone, pelo radialismo, num momento em que nascia a nossa inesquecível DRC - Difusora Rádio Cajazeiras - nos idos de 1964, para onde fui levado pelas mãos e pela inteligência empreendedora de Mozart, Jessé e Zé Adegildes. Estes últimos eram remanescentes dos serviços de alto-falantes, onde pontificaram Zé Gonçalves, Aécio Diniz, Edmilson Feitosa, Rubem Farias, Antônio Augusto de Albuquerque (o Pinguim), Zenildo Alcântara e outros tantos cujos nomes o espaço não permite citá-los todos.

Aí, sim, depois de um breve retorno a João Pessoa, em 1966 voltei à minha terra, convidado que fui por Dom Zacarias, Padre Vicente e meu fraternal amigo José Loureiro, para enfrentar o honrado cargo de Diretor de Programação da Rádio Alto Piranhas, envolvendo-me novamente, com as atividades de funcionário dos Correios, professor e radialista. Aí, nasceu a RAP, agora cinquentenária, mas isto já será uma outra história que lhes procurarei contar na próxima Coluna.

Crédito das fotos: acervo Possidônio Lacerda

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