segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

A terra da cultura; a sucessão no município e a questão de liderança

Pepé Pires Ferreira

Chagas Amaro - Secretário Executivo Municipal de Cultura

Há pouco tempo, vi um texto de nosso, como me disse Ana Goldfarb, historiador, Agnaldo Rolim, em que ele tece várias críticas à condução da cultura de cajazeiras. Como vivenciamos uma sucessão no município, e tendo em vista a indicação do nome de Chagas Amaro para o que deveria ser, mas não tem sido importante posto de Secretário Executivo da Cultura, e pelo que conheço de Chagas, que tem méritos indiscutíveis, mas também deméritos, como por exemplo, ler esse lixo que escrevo e o fato de que apesar de se propalar aos quatro ventos que aqui é a Terra da Cultura, e do pouco que se tem agido no sentido de merecer esse epíteto.  Que se fosse verdadeiro deveríamos nos orgulhar.

Mas o problema, como acho que Chagas, como historiador gostaria que começássemos tem raízes histórias, e elas começam bem antes de a gente fosse nascido. O Padre Rolim, aquele cidadão que no início do século XIX, teve a ideia de apesar de celebrado professor na Capital Pernambucana, voltar a seu sertão de origem para ensinar aos filhos dos seus vizinhos a matutos, e retirar esses da escuridão da ignorância, é um feito que merecia e merece contar em nossos anais inclusive na História do Brasil. Foi um dos pioneiros na interiorização da educação e mereceu; como merece, as medalhas das ordens da Rosa e de Cristo, com muito mais honras que a grande maioria desses corruptos que ao lado da grana, também ostentam outras distinções inclusive assento na ABL, A obra geral de Sarney, seria um escritor de algum talento, que mesmo sendo Presidente da República, enterrou seu estado para os piores índices de desenvolvimento humano do Brasil, Renan, e outros salteadores do erário ostentam ordens distintivas, mas pouquíssimos tem a obra do Padre Mestre, está de uma distinção difícil de igualar.

Agora, em vida o Padre Rolim, entregou ao futuro Desembargador Boto, suas medalhas, com medo que seus parentes desqualificados culturalmente as vendessem, o que já aponta para a situação atual.

Corte. Começos da década de cinquenta. Uma geração diferenciada teve algumas ideias que até hoje vivemos suas consequências: O TAC - Teatro de Amadoras de Cajazeiras, cujo primeiro presidente era ninguém menos que Dr. Christiano Cartaxo, e seu Diretor era Dr. Hidelbrando Assis, e quem os sucederam na década de 60, foi ninguém menos que D. Iracles Pires, que até hoje, mas existem projetos para que esse nome mude, espero, até como filho que sejam mal sucedidos, essa história por si só já se explica. Pessoas do maior nível da cidade, com liderança e moral para angariar os fundos e as condições para que a cultura como um todo funcionasse por aqui.

Se o Governo negasse, e naquele tempo, o governo estava muito longe, eles, se viravam e davam sequência aos seus projetos, até conseguir o que se queria. O maior exemplo seria hoje o Tênis Clube, que não tem quadra de tênis, mas recebeu algumas verbas para que tivesse esse no nosso caso, sem cumprir, e se divulgasse o tênis no Brasil: Dr. Hidelbrando foi lá e conseguiu. Fizemos o maior e melhor clube social da região. Foi durante muito tempo o palco para as apresentações do TAC que dirigido por minha que também se precisasse alguma coisa, dava um jeito e conseguia. Tempos depois, minha mãe já falecida, o Então governador da Paraíba que conhecia e acompanhava o seu trabalho, em várias frentes, que cito como exemplo o Hospital Infantil de Cajazeiras, em que Júlio Bandeira, Ica, Wilson Braga e Edme Tavares conseguiram instalar aqui, foi outro feito extraordinário. Até Salão de artes do Sertão, se conseguiu montar por aqui.

Infelizmente, essa’s gerações de pessoas ligadas à cultura e com liderança e respaldo foram sucedidas por outras, que chamaríamos, dando algum valor, de medíocres inferiores seria um termo mais exato. Por exemplo, que poderíamos citar vários. No final do governo Zerinho, o secretário de Cultura foi Lúcio Vilar, hoje professor universitário em João Pessoa, que entre outras coisas trouxe Luiz Caldas, então nome de prestígio do carnaval baiano, para se apresentar aqui, com o sucesso que poderia se antever, um feito.

Assumiu Epitácio, e Lúcio não foi nomeado com a desculpa de que ele usava brinco na orelha. Uma piada de mau gosto, e quem foi nomeada foi minha amiga que tenho o maior carinho, e principalmente por ser amiga de minha mãe. Agora, ser amiga de minha mãe, e até como eu sou filho, quer dizer que essa pessoa quer por relacionamento e até por genética, induz que se absorva a liderança de uma Ica.

Então o que podemos fazer. O caso do atual Secretário de Cultura, Aguinaldo Cardoso, vai numa direção semelhante, ótimo ator, grande amigo, pessoa humana maravilhosa, mas, como eu carecedor do carisma de que tem liderança, então vai fazendo o mesmo que os outros; conseguiu a reforma do prédio da Banda de Música, as semanas de cultura, mas o museu, que seria a masterpiece do governo Denise, não foi à frente, fizemos algumas reuniões na última compareceram três gatos pingados, a ficou para o futuro.

O que podemos fazer para reverter esse quadro? O mesmo que os japoneses fazem: um engenheiro brasileiro é mais competente isoladamente que um japonês, mas eles juntam vinte engenheiros, fazem diretrizes e botam todos esses junto à para o objetivo a ser alcançado. Não precisa comentar o sucesso do Japão. Aqui juntarmos nossas mediocridades, e sob a liderança do homem da vez, Chagas Amaro, que tem méritos, esqueçamos as nossas diferenças, e vamos ver o que é possível tocar com relação a Cultura.

Ou então suportar a cultura em massa dos forrós eletrônicos, do neo brega, as bobagens televisivas, etc. HOJE CAJAZEIRAS EFETIVAMENTE NÃO É A TERRA DA CULTURA.

Precisamos virar o jogo, temos outra oportunidade. Vamos ver se temos capacidade de aproveita-la.




fonte: Jornal Gazeta do Alto Piranhas, Ed. 946, Pág. Opinião 

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