terça-feira, 28 de março de 2017

ATOR CAJAZEIRENSE BUDA LIRA É DESTAQUE NO FILME LAMPARINA DA AURORA

Ator Buda Lira no filme do diretor maranhense 
Frederico Machado 

Os atores paraibanos seguem em alta, firmes, atuando no cinema nacional. São tantos que não se tem ideia de quem está na berlinda escalado para as próximas produções. Muito melhor ainda, é saber que alguns estão atuando com diretores do cinema latino. Só o ator Fernando Teixeira, tem em média uns três filmes para fazer nesse segundo semestre de 2017. Mas à tona do momento, em termos de cinema e de produções com atores da Paraíba, tem nome e estará poucos dias inserido na programação das salas de exibições espalhadas nos grandes centros culturais deste país afora. Chama-se LAMPARINA DA AURORA, do cineasta maranhense Frederico Machado. Segundo Cleber Eduardo, Frederico Machado transita por uma estrada rara do cinema brasileiro recente, um campo estilístico do qual não fazem parte muitos outros no longa-metragem (Julio Bessane, Edgar Navarro, Luiz Rosemberg Filho e mais alguns), em que a imagem e as palavras, longe de serem veículos de comunicação, são esculturas sonoras, sensíveis e semânticas, são manuseadas a partir de ideias em jogo e não apenas cargas informativas. O filme traz no elenco a experiência do ator cajazeirense Buda Lira, que antes já havia trabalhado em “Aquárius”, grande sucesso do cinema pernambucano, que protagonizou a volva da atriz Sonia Braga ao cinema nacional. LAMPARINA DA AURORA, recentemente recebeu o prêmio máximo de melhor filme na Mostra Olhos Livres 2017, em Tiradentes/MG. O filme faz estreia essa semana no Cine Sesc, em São Paulo. 




domingo, 26 de março de 2017

Reporter do Portal Alto Sertão, Visita Atelier de Modesto Maciel.


Filho de mãe costureira e pai carpinteiro. Cursou  Técnico em Enfermagem; Cursou Técnico em Escultura na Escola de Pozza de Fassa em Trento na Itália; Entre os anos de 1978 até 1980, foi voluntário da Cruz Vermelha; Ao lado do padre italiano Albino Donati, fundou a Escola de Artes Sacra na cidade de Senador Pompeu no Ceará; Em Cajazeiras mantém a sua loja Eskultura na Avenida Francisco  Matias Rolim, onde continua suas atividades de escultura, restauração e diversos trabalhos de um grande artesão. Veja em vídeo um pouco da História de um artista cajazeirense, que vive com muita honra, através do seu trabalho na Terra que se intitula da Cultura. Será que é?

Atelier do Artista

Reportagem: fotos e vídeo/Beto Cézar - DRT/PB 3.563 desde de 2006



segunda-feira, 6 de março de 2017

LEMBRANDO A HISTÓRIA DO ATOR CAJAZEIRENSE SÁVIO ROLIM

SÁVIO ROLIM
Transcrito do site: paraibacriativa.com.br



Ator, natural de Cajazeiras/PB, nascido em 1952, Sávio Max Sobreira Rolim foi um prodígio nas artes visuais. Com apenas 12 anos, atingiu o estrelato, ele interpretou Carlinhos, o protagonista do romance homônimo Menino de Engenho (1965), dirigido por Walter Lima, baseado no livro do escritor paraibano José Lins do Rego, no qual, com carisma distinto, contracenou com Geraldo Del Rey, Anecy Rocha, Maria Lúcia Dahl, Antônio Pitanga e Rodolfo Arena; entusiasmando a crítica e o público.
Segundo relatos do diretor, Sávio queria a todo instante ensaiar mais uma vez o beijo, enquanto a mãe de Maria de Fátima Almeida tentava evitar… Como ele sempre abria os olhos, a cena tinha que ser ensaiada mais uma vez.
O artista obteve reconhecimento nacional, mas não conseguiu emplacar na profissão, e acabou mergulhando de forma descontrolada no álcool, nas drogas pesadas e no isolamento, o que lhe acarretou diversos problemas psicológicos, e foi diagnosticado como portador de esquizofrenia paranoide.
Sávio Rolim também fez teatro, e atuou como repórter dos jornais paraibanos, “A União”, “Correio da Paraíba”, e o “Norte”. E ainda aventurou-se numa temporada em Serra Pelada, embalado pelo sonho do então “El Dorado” tupiniquim. Quando retornou a Paraíba, ele trabalhou como dedetizador para sobreviver. Com sérios problemas de saúde, sem amigos de verdade e, principalmente, faltou o afago materno, imerso em dificuldades emocionais e financeiras, tentou pedir socorro diversas vezes, sequer foi recebido na fazenda de sua família em Cajazeiras.
Ele viveu durante décadas de forma precária na periferia de João Pessoa, pelas esquinas e becos, encontrando sempre nas madrugadas quem lhe pagasse uma cachaça, ou lhe agredisse fisicamente após irritar-se com seus questionamentos filosóficos, mas nunca chegou a se envolver em crimes.  Seus irmãos (com exceção de uma irmã que mora no interior de Minas Gerais e já tentou ajuda-lo) morreram todos ainda na meia idade, enquanto sua mãe veio a falecer, em 2009.
Em 2004, a vida de Sávio foi retratada através do documentário “O Menino e a Bagaceira”, dirigido pelo professor Lúcio Vilar, da Universidade Federal da Paraíba (UFPB). O documentário foi exibido no Festival de Cinema de Pernambuco, e foi o grande vencedor, premiado na categoria Vídeo Nordestino, considerado a melhor obra tanto pelo júri quanto pela crítica.
No dia 12 de abril de 2010, o Conselho de Cultura do Estado da Paraíba, por unanimidade, acolheu indicação da Associação Paraibana de Imprensa, na pessoa da sua presidente Marcela Suetônio, para que o ator Savio Rolim recebesse os benefícios da Lei Canhoto da Paraíba. O projeto foi defendido em plenário pelo conselheiro, jornalista Biu Ramos.
No ano de 2014, ao comentar sobre o filme, que foi rodado na Paraíba no ano de 1965, pelo diretor Walter Lima Júnior, o crítico de cinema Lúcio Vilar, salientou que as peças originais do filme estavam em processo de deterioração e foram recuperadas. “Já houve uma exibição, em Brasília, da cópia restaurada, e há alguns eventos programados para marcar os 40 anos desse filme, a história de menino de engenho que virou um bagaço humano”.
De acordo com Lúcio Vilar, o documentário surge num momento importante em que o filme está sendo resgatado. “Vamos aproveitar para resgatar também o ator que fez o Menino de Engenho, que fez o personagem Carlinhos, o cajazeirense Sávio Rolim, e que está numa situação de ostracismo artístico, de isolamento, de esquecimento”, afirmou.
Nós achávamos que o filme provocaria uma reação da sociedade e do poder público para ajudá-lo, mas não houve sensibilização. O Estado na época ofereceu tratamento, que em minha opinião era inadequado. Por tudo isso que ele passou, e merecia ter a sua história contada. Vilar, diz não saber mais do paradeiro de Saulo Rolim. “Fui a uma clínica que ele estava internado, mas ele já tinha saído para um abrigo”.
Segundo informações da imprensa da capital paraibana (26/06/2008), uma enfermeira e uma recepcionista de Casa de Saúde São Pedro, um hospital psiquiátrico localizado na Avenida Epitácio Pessoa, disseram que Sávio Rolim está de alta desde o mês de abril, mas a família se recusa a recebê-lo. Ele deu entrada naquela casa desde o mês de janeiro, estando lá há exatos seis meses. E foi internado pelo SUS e durante esse tempo todo nunca recebeu visita de familiares, nem mesmo da filha.
” A gente é que ajuda ele aqui, dando um cigarro, um lanchinho, pois ele vive totalmente abandonado”, disse a enfermeira, afirmando que ele está totalmente lúcido depois do tratamento de desintoxicação que foi feito para cuidar do vício do álcool e das drogas. “A gente sabe até que a filha recebe uma pensão dele, mas ela nunca apareceu por aqui com um pacote de biscoito… A gente sabe também que ele tem um irmão aqui que vive bem e que a família dele é rica em Cajazeiras, mas ninguém quer saber dele”, prossegue a enfermeira. Ainda segundo a enfermeira, Sávio sente muita falta dos parentes e amigos. A direção do Hospital vai entregar o caso ao Ministério Público.
O crítico de cinema Lúcio Vilar, comentou sobre a situação triste, e o desenrolar da história de vida do ex-menino de engenho, ator mirim. “Sávio não conseguiu desenvolver sua carreira com o mesmo brilho de sua estreia e foi condenado ao esquecimento e a precárias condições de subsistência”. Diz ainda, “Um retrato do ocaso de um ator precoce que participou de um dos títulos mais importantes da cinematografia brasileira”.
Vilar ressalta “Ele passa por tamanhas dificuldades, que, muitas vezes, chega a ser confundido com um mendigo (ou sem-teto) que perambulam pelas ruas das grandes cidades, anônimo, deletado da memória nacional, como se dela não fizesse parte”.
Para resgatar o ator Sávio Rolim do esquecimento, Lúcio Vilar pretende mostrar o documentário em festivais, universidades e redes de TV. “É claro que não conseguiremos devolver a ele os aplausos de outrora, mas pelo menos lhe ofereceremos um mínimo de reconhecimento e cidadania.” Afinal, segundo o diretor, Rolim ajudou, “com sua delicada interpretação, a tornar o filme Menino de Engenho mais lírico e próximo do aroma e atmosfera literários do escritor José Lins do Rego”.
Em Cajazeiras (2014), o ator Sávio Sobreira Rolim falou com a imprensa local, sobre o documentário do jornalista Lúcio Vilar. “O trabalho é uma extensão da obra de José Lins do Rego, porque faz uma análise literária, histórica e política das questões ideológicas, sem esquecer as preocupações básicas do ciclo da cana-de-açúcar, que foram colocadas pelo diretor Walter Lima Júnior”.
Afirmando que estreou no filme, aos 12 anos de idade, o ator cajazeirense disse que o Menino de Engenho foi um trabalho que lhe proporcionou muitas emoções, porque teve a participação direta de um grande público. “Foi um filme que teve uma aceitação muito grande, durante muitos anos, sendo até hoje, visto, estudado e questionado nas universidades. Continua vivo e palpitando nos corações do povo brasileiro”, completou.

Sávio Rolim não culpa o mundo por suas dores ou descaminhos, nem tampouco reclama a piedade de ninguém. Deseja apenas respeito, dignidade e o que lhe é de direito – Seu lugar na história do cinema brasileiro e na memória do povo paraibano”. (Palavras Finais/ Transcritas do Documentário – O Menino e a Bagaceira, Direção de Lúcio Vilar).