quinta-feira, 2 de novembro de 2017

HÁ 50 ANOS ATRÁS





III Festival da MPB 1967 - A Grande Final 
Cleudimar Ferreira  

O amigo Pádua, vez por outra surpreende com seus e-mails. Ele mandou um, com esse vídeo acima, que representa um dos momentos mais significativos da nossa MPB. Um espetáculo apresentado uma única vez e que ninguém, jamais, ousará apresentá-lo outra vez. Pois foi o único e sendo o único, não haverá um outro com as mesmas características ou semelhanças musicográficas afins. 
Era outubro de 67, há 50 anos atrás, Gil, Sergio Ricardo, Caetano Veloso, Mutantes, Chico Buarque, Roberto Carlos, Edu Lobo, MPB 4, Marília Medalha, Nara Leão, Elis Regina, Jair Rodrigues e muitos outros, escreviam uma das páginas mais expressiva da nossa música, numa época que embora fosse oprimida por circunstâncias políticas, fora uma época também marcada por um país aculturado e alegre, não tão triste assim como o que musicalmente vemos. Uma vitrine de um Brasil real e não de um Brasil burlesco, fictício, empobrecido de boas canções e de jovens músicos politizados. 
De uma musicalidade inteligente e de uma gente consumista de qualidades. Que não vivia a mercê do tempo e nem do rito que os ponteiros do relógio caprichosamente traçam. Vivíamos a era do Fusquinha, do Carro Manguia, da TV Preto e Branco. Vivíamos ainda o calor da Bossa Nova, do Tropicalismo e da Jovem Guarda. 
É nesse cenário pop à brasileira, no Teatro Record, que fervilhava às emoções de moços e mocinhas; de músicos e cantores; de letras e canções e de públicos e plateias. Puxando a carroça do tempo, ao vivo e não morto, estava em 1967, o frenesi da boa canção do III Festival Record da Música Popular Brasileira. 
Excitava os presentes ao delírio no auditório do Teatro Record, Ponteio, Roda Viva, Alegria Alegria, Domingo no Parque e outras. Um marco na história da nossa música, que nos faz viajar no tempo, e se possível for, por um instante parar. Parar no tempo. Ficar no tempo e não voltar por um bom tempo. Contemplar esse momento tão bonito da nossa música.
"... Roda mundo, roda gigante, roda moinho, roda pião". Amigo, não lembro que lhe disse que eu era saudosista, mas de repente me deu uma saudade daquelas!











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