sexta-feira, 8 de dezembro de 2017

MEUS ANOS DOURADOS EM CAJAZEIRAS

Vilma Maciel





Tempos esquecidos para alguns, talvez engolido pela modernidade. Cajazeiras, hoje uma bela e próspera cidade universitária. Centro comercial desenvolvido e promissor, área habitacional de desenvolvimento galopante, cujas novos blocos arquitetônicos embelezam as Avenidas largas e modernas. Todo esse esplendor moderno não apaga as imagens de seu passado imorredouro que ficou em nossas memórias.

Naquela época a bela cidadezinha já nos surpreendia com atrações religiosas e culturais. Encantava meu coração sonhador de adolescente, com seus frenéticos Carnavais dos anos 50 e 60. Tudo era magia... Época que reinavam os confetes, as serpentinas, Pierrô e Alecrim, figuras alegoristas dos velhos Carnavais. Belas fantasias sonhadoras.... Transformava-nos em verdadeiras Fadas do destino, e em belas princesas do primeiro amor, do primeiro beijo. Era um verdadeiro Conto de fadas, e dos sonhos. Carnavais inesquecíveis, as Lança-perfumes eram liberadas livremente e os jovens não abusavam de seu uso. Uma juventude sadia, alegre e sonhadora. Longe da corrupção que desencadeou em todo mundo a perda dos valores morais.

Memória: Uma das diversões atraentes era a passagem dos grandes circos. Por lá, passaram nada menos que o Grande Circo Brasil, o Circo Garcia e nos anos 50 e 60, outras Companhias Circenses sentiram o entusiasmo da população cajazeirense pela arte, fato esse que se tornou um convite para a temporada de outros Circos como: Circo Orlando Orfei, O Gran Barollo Circo e outras atrações menores.

Época como essa jamais será esquecida. O Carnaval de Rua ficou no imaginário popular, Era a magia do Reino Encantado. Três dias de folia, alegria e descontração. As atrações Folclóricas traziam diversificados blocos de rua. Um dos mais interessante era   O bloco de Arrasta Jaraguá, para as crianças despertava medo, sua alegoria principal era Um Enorme Perna de Pau, vestido Chita estampada em cores vivas, cuja cabeça era de um animal, cuja arcada dentária exibia grandes dentes. Para os adultos despertava gargalhadas. Essa alegoria trazia uma simbologia primitiva.

Os Blocos requintados, quase sempre compostos por carnavalesco da Elite, exibiam luxuosas fantasias e tocavam as lindas, contagiantes machinhas, e as novidades do Frevo de Pernambuco. Velhos tempos, velhas lembranças, coisas que não voltam mais. 

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Vilma Maciel Lira dos Santos é natural de Cajazeiras, radicada em Juazeiro do Norte, Ceará. 
É Escritora, Professora e Artista Plástica. Tem vários livros publicados em prosas, poesias, contos e 
assuntos relacionados a cultura regional nordestina.



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