quarta-feira, 30 de janeiro de 2019

Engenheiro Avidos tombou em nome de uma grande obra





José Antônio de Albuquerque

Quando estive em Fortaleza, em 2017, fazendo pesquisas sobre a vida do Padre José Tomás de Albuquerque, aproveitei para visitar a biblioteca do DNOCS para colher mais informações sobre a Construção do Açude Piranhas e do engenheiro Moacir Avidos, que adoeceu de paratifo em Boqueirão e veio a falecer em Fortaleza em 15 de dezembro de 1932, com apenas 33 anos de idade e que foi considerado como uma das grandes estrelas que brilhou nos serviços de Obras Contra as Secas, marcado por traços indeléveis de inteligência, cultura e atividade.

Moacir Avidos formou-se Engenheiro Civil, em 1921, pela Politécnica do Rio de Janeiro e já demonstrara sua operosidade nos trabalhos da construção da ferrovia de Itapemirim a Barra, no Espírito Santo.

Em 1922 ingressou na Inspetoria de Obras Contra as Secas, no Rio Grande do Norte, mas logo em seguida foi transferido para o Primeiro Distrito, no Ceará, onde chefiou a Secção de Estradas de Rodagem e em seguida representou a Inspetoria junto a Construção do Açude de Orós, que estava a cargo da firma americana Dwight P. Robinson & Cia.

Em setembro 1923, regressou ao Espírito Santo, sua terá natal e assumiu o cargo de Secretário da Viação, Obras Públicas e Agricultura, no governo de Florentino Avidos, tendo construído as pontes de Vitória e Colatina, reforçou o abastecimento d’água e desenvolveu o sistema rodoviário.

O maior serviço prestado pelo Dr. Moacir Avidos ao Espírito Santo foi, porém, a regularização da dívida externa do Estado com os credores franceses, por ele levada a efeito quando, na Europa, fiscalizava a usinagem da ponte metálica de Vitória.
Em 1928, com o advento do novo governo, foi nomeado prefeito da capital, função em que continuou a demonstrar as suas qualidades de administrador a um tempo econômico e construtor.

Em 1932, voltou a servir na Inspetoria de Secas, vindo pela segunda vez ao Ceará. Depois de curta permanência no escritório de Fortaleza, foi-lhe então confiada a construção da grande barragem de Piranhas, quando nesta época a região estava sendo castigada pela calamidade da seca e onde era maior a acumulação de flagelados, com todas as suas dolorosas e tristes misérias.

Em derredor destas construções, muito mais perigoso do que a fome, eram as várias endemias, que com ela se conjugavam, em consequências das aglomerações, a falta de alimentação adequada, de higiene e da poluição das águas.
As endemias ceifaram muitas vidas, a exemplo da cólera-morbo, a mesma que obrigou Padre Rolim e seus alunos a fugir de Cajazeiras, deixaram os sertões desertos, as casas vazias e os povoados a ermos.

No triênio 1931 a 1933, grassou, entre outras epidemias de menor virulência, o paratifo, a quem se deve atribuir grande parte da elevada cifra de cerca de 16.000 óbitos verificados nos acampamentos das obras federais, fato inclusive que obrigou o governo a construir um Hospital no atual Distrito de Engenheiro Avidos e uma belíssima casa para abrigar os médicos, obras, infelizmente destruídas por administradores incautos e sem compromisso com a preservação do patrimônio do povo.

Em Engenheiro Avidos fez-se necessário a construção de um cemitério, para substituir um “improvisado” que foi feito na aba da serra, tamanha foi a mortandade dos operários, numa iniciativa da esposa de Silvio Aderne, engenheiro que substituiu Dr. Moacir Avidos. E foi ela também a responsável pela capela de Nossa Senhora Aparecida, erguida com as ações voluntárias dos operários que construíam o açude.

Muitos conseguiram escapar da febre, mas infelizmente, Moacir Avidos, mesmo tendo lutado para sobreviver, veio a falecer em Fortaleza no dia 15 de dezembro de 1932, dando a sua vida na colaboração de uma grande obra, que vem servindo ao povo sertanejo e merecidamente, numa justa homenagem, ser lembrado por gerações com o nome do Distrito onde está encravado o Açude do Boqueirão de Piranhas.

Engenheiro Avidos bem que merecia do povo de Cajazeiras e cidades além do Rio Piranhas, uma estátua.



fonteDiário do Sertão (colunistas)

segunda-feira, 21 de janeiro de 2019

O VELHO DO SACO

Por: Fernando Carvalho

Tela: O Velho do Saco. Técnica: Acrílica. Autor: Fernando Carvalho

O autor explica sua tela:

Um andarilho que vive pelas ruas de João Pessoa, conhecido por “velho do saco”, povoa o imaginário do “pessoense” a várias décadas. Tão logo os primeiros raios do sol incidem sobre seu rosto, numa parada de ônibus qualquer, onde passara a noite, ele levanta-se, calça os sapatos, já bastante atingido pela ação deletéria do tempo e, na contramão da vida e dos automóveis que trafegam por uma movimentada avenida, inicia mais uma caminhada sem destino, levando junto a ele, nos braços, algumas sacolas plásticas e nos ombros um enorme saco cheio de histórias, tristezas, melancolia, dor e solidão.

Pouco se sabe sobre ele, pois sempre arredio, não é de conversa. Quando alguém se aproxima para “ puxar um assunto”, ele se retira bloqueando logo a conversa. Alguns falam que era poliglota e de boas condições financeiras e que uma desilusão amorosa o fez viver num mundo à parte, desligando-se das necessidades básicas do ser humano, como Higiene, Saúde, Alimentação e Moradia. O fato é que, “O Velho do Saco”, é um ser enigmático. Quando o vi pela primeira vez, no final da década de 1980, encetei logo a refletir sobre o sentido da vida. Quem sabe, talvez, não seja essa a sua missão?

Certa feita, durante uma missa na Igreja da Misericórdia, enquanto o sacristão passava a sacola, junto aos fiéis, para a coleta do dízimo, ele estirara a sua mão junto a sacola, acompanhando o sacristão durante todo o seu percurso, deixando todos os que se faziam presentes, na ambiguidade, sem saber se dariam o dízimo ou esmola a ele. À vista disso, não tive sombra de dúvida: “O VELHO DO SACO” tem muito a nos conferenciar, mesmo que, paradoxalmente, não locucione uma única palavra.

FERNANDO FERREIRA DE CARVALHO
É natural de Cajazeiras, possui graduação em Engenharia Mecânica 
pós-graduação em Engenharia de Produção. É ator, artista plástico, escreve 
poemas, crônicas, apresenta shows de mágicas.



domingo, 20 de janeiro de 2019

O QUE É UMA ACADEMIA DE LETRAS?

Carlos Gildemar Pontes (Diretor de Cultura da ACAL)



Essa pergunta é muito fácil de responder num país civilizado, com uma Educação massificada e um grau de cidadania avançado. Sim, mas a Academia de Letras é uma entidade que congrega escritores, intelectuais das humanidades, das letras e das artes, podendo congregar cientistas e notórios saberes em diversas áreas do pensamento.

A primeira Academia de Letras do Brasil foi a Academia Cearense de Letras, fundada três anos antes da Academia Brasileira de Letras, em 1894. Nos moldes da Academia Francesa e, tendo como base a Padaria Espiritual (movimento literário lançado em Fortaleza em 1892), a Cearense foi pioneira na congregação de intelectuais de linhagem francesa no Brasil. Depois da fundação da Academia Brasileira de Letras, a necessidade de promover o alinhamento intelectual com a “corte” foi um grito de libertação dos provincianos com relação ao pensamento da metrópole, que já era incipiente se comparado ao pensamento europeu. Esses detalhes históricos são apenas um preâmbulo para analisar a fundação da Academia Cajazeirense de Artes e Letras – ACAL, neste último dia 17 de janeiro de 2019.

Durante as comemorações de festejos do bicentenário do Padre Rolim, patrono número um da ACAL, pelos idos do ano 2000, criou-se uma Academia no papel, mas, de fato, talvez fosse apenas motivo para enaltecer a data e quem sabe angariar fundos para o foco principal do evento, o aniversário do padre. E como era de papel e não de fato, a Academia de 2000 ficou na gaveta dos envolvidos no festejo e nunca foi sequer comunicada aos escritores da cidade.

Alguns anos depois, tive a pretensão de arregimentar escritores para a criação de uma Academia. Inocente e desconhecedor da existência de outra academia, mesmo que fictícia, levei o projeto à frente e elaborei estatuto regimento interno e, juntamente com alguns amigos, elencamos possíveis nomes de patronos. Foi um trabalho de pesquisa árduo e que me levou ao conhecimento da história de Cajazeiras e dos seus filhos ilustres. Mas, na medida em que ia avançando os contatos e a intenção, aparecia também uma resistência ao propósito, para mim ainda hoje incompreendida. Como vi que a Academia que eu pensara iria se transformar numa acomodação de nomes de figuras da política, do comércio e da sociedade local, suspendi o projeto para propô-lo em outro momento. Não que os “socialites” não pudessem figurar numa Academia de Letras, alguns até tinham proximidade com o mundo das artes e da intelectualidade, é que alguns dos tais dos sobrenomes que exerciam uma espécie de mandonismo local não gostariam de ficar de fora.

Em 2001, fundamos a Associação dos Artistas de Cajazeiras – AARC@, primeira versão de fato e de direito de uma agremiação artística nas pretensões de uma Academia, em que tive a honra de ser o primeiro presidente. E quem estava lá? Escritores, artesãos, atores, pintores, escultores, músicos. Enfim, tínhamos plantado uma semente para um movimento forte de revelação dos novos talentos e valores artísticos de Cajazeiras.

Passados esses quase 18 anos, eis que surgem duas vontades de se criar uma Academia de Letras: a que eu encabeçara anteriormente e a de um grupo liderado pelo professor Francelino Soares, o escritor Frassales Francisco Cartaxo e o ator (e secretário de cultura) Ubiratan de Assis. Sem saber da existência do projeto do trio, segui o mesmo percurso de antes, procurando parceiros e apoiadores. Em dado momento, convidei os poetas Linaldo Guedes e Lenilson Oliveira, parceiros do Poesia no coreto, para se juntarem ao grupo, e aí fiquei sabendo da existência de uma iniciativa semelhante encabeçada pelo trio de intelectuais mencionados. Tentamos unir as duas frentes de criação da Academia em Cajazeiras e eis que agora, enfim, a ACAL está criada e com previsão de posse dos acadêmicos para semana de comemorações do aniversário de emancipação política de Cajazeiras, no mês de agosto.

De parabéns e com o aplauso da cidade estão todos: Patronos, representantes da história e representados por suas famílias; Membros, que irão ocupar as cadeiras, como acadêmicos; e a sociedade, que com certo atraso de duas décadas, mesmo assim, o que são 20 anos, diante da imortalidade do pensamento e da cultura dos povos que ficarão indelevelmente marcadas nos livros, nas obras de arte e nos registros da história e de quem sempre luta pela vitória da inteligência contra a politicagem dos aproveitadores e embusteiros de ocasião?

Salvemos a nossa humanidade da barbárie com as honrarias de conduzir uma instituição tão importante para a cidade. Uma Academia de Letras é um monumento à “intelligentsia” do povo.
Vivas a ACAL!




sexta-feira, 18 de janeiro de 2019

CAJAZEIRAS AGORA TEM UMA ACADEMIA DE ARTES E LETRAS




Foi criada essa semana em Cajazeiras, dia 17/01/2019, a ACAL - Academia Cajazeirense de Artes e Letras. A assembleia aberta, formadas por artistas, jornalistas, escritores que possibilitou a fundação da entidade, ocorreu no Centro Cultural Zé do Norte. Na assembleia, foram discutidos temas como: os critérios para ingresso na academia e o estatuto que regulamentará o seu funcionamento.

Também foram definidos os nomes dos 40 patronos e dos primeiros “imortais” que ingressarão na entidade. Destacam entre os patronos, nomes históricos para Cajazeiras, como do poeta Cristiano Cartaxo; do educador e fundador da cidade, Padre Inácio de Souza Rolim; o do historiador Deusdedith Leitão; o nome da primeira professora, Vitória Bezerra; da teatróloga Íracles Brocos Pires; o do primeiro bispo diocesano da cidade, Dom Moisés Coelho; e o nome do compositor e folclorista, Alfredo Ricardo do Nascimento (Zé do Norte)

Na lista dos primeiros “imortais”, figuram jornalistas, escritores, poetas, artistas, historiadores, como Nonato Guedes, Gutemberg Cardoso, Pepé Pires, Mariana Moreira, Eliezer Rolim, Betrand Lira, Josival Pereira, Cristiano Moura, Linaldo Guedes, Naldinho Braga, Irismar di Lyra, entre outros. 

Na ocasião, foi constituída de forma democrática, transparente a primeira diretoria da Acal, com os cargos assim determinados: Presidente, Francisco Sales Cartaxo (Frassales); Vice-Presidente, Ubiratan di Assis; Primeiro Secretário, Francelino Pereira; Segundo Secretário, Linaldo Guedes; Tesoureiro, Reudesman Lopes; Diretor de Cultura, Gildemar Pontes; Diretor de Comunicação, Lenílson Oliveira; Diretor de Eventos, Aguinaldo Rolim; Conselheiros: Chagas Amaro, Tantino Cartaxo e José Antônio de Albuquerque.

A partir de agora, os dirigentes da Acal terão como trabalhos prioritários, a elaboração e finalização do estatuto; a preparação dos perfis dos patronos. Depois, aprontar a programação de instalação definitiva da entidade, e dentro dessa mesma programação, dá posse coletiva dos seus membros, que acontecerá, tal vez, entre os meses de abril e maio deste ano.






quarta-feira, 9 de janeiro de 2019

A BUSCA DO CORPO PERFEITO

Vinicius Lira



É inegável que, a discussão acerca do que o ser humano pensa sobre o que é beleza, tem sido tema gerador de reflexões, tanto por autores quanto por filósofos. Nesse sentido, o pensador Emmanuel Kant diz que o belo é tudo o que agrada desinteressadamente. Assim sendo, convém analisarmos o poder da mídia e da indústria da moda na construção de um corpo perfeito e a influência disso na vida do cidadão.

É indubitável que o culto ao corpo perfeito é algo que acompanha a sociedade desde a Grécia antiga até a modernidade. Desse modo, podemos pontuar a mídia televisiva e a indústria da moda como precursoras e vendedoras da utopia da beleza moderna. De fato, as marcas de roupas promovem através de suas propagandas e manequins, a ditadura do corpo ideal; magro e alto, excluindo as pessoas que estão fora desse padrão. Aliados a isso, raramente as emissoras de TV divulgam pessoas fora dos padrões como galãs e musas.

Por consequente, os indivíduos que não se sentem adequados às normas impostas tendem a procurar iniciativas mais breves, que possam “melhorar” o seu corpo. Dessa forma, o aumento de enfermidades causadas por receitas milagrosas de emagrecimento, junto a procura por cirurgias bariátricas, são consequências desse fenômeno. Receitas de emagrecimento são divulgadas na internet, algumas delas, não atestadas por especialistas, podem provocar efeitos não desejáveis. Aliado a isso, a banalização das cirurgias ao invés de dietas, é um fato social atual, e algumas cirurgias, quando mal feitas, acarretam em sequelas.

De fato, como citou Kant, a beleza deve ser algo pessoal, e não uniforme padronizado, como propõe a mídia. Para isso ser aplicado, é necessário que o Conselho Nacional de Auto Regulação Publicitária, intensifique a identificação de campanhas que promovem a segregação entre diferentes tipos de corpo, com o intuito de diminuir a procura de cirurgias e receitas, como também, amenizar o preconceito corporal.     

Vinicius Lira
Estudante do Curso 
Via Medicina 



terça-feira, 8 de janeiro de 2019

OS FILMES DE TERROR BRASILEIROS

Gilberto Carlos




José Mojica Marins inaugurou o cinema de terror no Brasil com o filme “A meia noite levarei a sua alma”, que iniciou a saga do Zé do Caixão em 1964, e teve sua continuação em 1967, com “Esta noite encarnarei no teu cadáver” e em 2008, o fim da trilogia com “Encarnação do Demônio”. Mas nesse período, Mojica continuou sempre dirigindo filmes de terror como “O Exorcismo Negro” (1974), Inferno Carnal (1977), Delírios de um anormal (1978) e Demônios e Maravilhas (1987).

Cineastas renomados como Carlos Hugo Christensen e Walter Hugo Khouri contribuíram de maneira importante para o gênero. Christensen realizou dois excelentes filmes: “Enigma para demônios” e “A mulher do desejo”. Khouri, mergulhou no terror mais introspectivo com “O anjo da noite” e “As filhas do fogo”.

Nos anos 70 e 80, o gênero existiu de maneira mais consistente nos filmes da “Boca do Lixo de São Paulo”. Alguns diretores se destacaram, como Jean Garret, ex-assistente de Mojica, que dirigiu “Amadas e Violentadas (1976) e A Força dos Sentidos (1980). John Doo, com os perturbadores “Ninfas Diabólicas” (1978) e Excitação Diabólica (1982). Juan Bajon com O Estripador de Mulheres (1978); Luiz Castillini com A Reencarnação do Sexo (1982) e Fauzi Mansur com Belas e Corrompidas (1978), Karma - Enígma do Medo (1988), Atração Satânica (1989) e Ritual Macabro (1991).

A produção independente também passou a ganhar espaço graças a tecnologia digital que reduziu custos de produção. A liberdade de produção permitiu que cineastas como Peter Baiestorf, Paulo Biscaia Filho e Paulo Aragão pudessem expressar sua liberdade. Baiestorf dirigiu Zombio (1999) e Zombio 2: Chimarrão Zombies (2013). Biscaia com Morgue Story - Sangue, Baiacu e Quadrinhos (2009), o impressionante Nervo Craniano Zero (2012) e O coração que falava demais (2013). Aragão persegue os filmes de monstros e zumbis, como Mangue Negro (2008), A Noite do Chupacabras (2011), Mar Negro (2013) e As fábulas Negras (2015), dirigido em parceria com Mojica, Aragão e Baiestorf.

Até o cinema comercial se rendeu ao gênero como “Isolados, quando eu era vivo”, “Gata velha ainda mia”, “O amuleto” e “Condado Macabro” e “As boas maneiras” que participaram de vários festivais e foram lançados nos cinemas.

Além de A misteriosa morte de Pérola de Guto Parente, que é um suspense psicológico no estilo de Polanski, Diário de um exorcista, de Renato Siqueira, estrelado por Ewerton de Castro, 13 histórias estranhas, uma antologia de relatos curtos de 13 diretores diferentes, a sequência de A capital dos mortos: Mundo Torto de Tiago Belotti, Deserto Azul de Eder Santos, A percepção do medo de Kapel Furman, Armando Fonseca e Gurcius Gewdner e Toda la noche de Jimena Monteoliva e Tamae Garategy, uma coprodução Argentina/ Brasil e o já citado As Fábulas Negras.

Outro representante brasileiro é Ivan Cardoso que criou o “terrir”, os filmes de terror que fazem o público rir, como “O segredo da múmia” (1981), “As sete vampiras” (1986), “O escorpião escarlate” (1991) e “Um lobisomem na Amazônia” (2008). O horror brasileiro ainda não tem um estilo definitivo, mas ele não vive apenas com o Zé do Caixão. Ele conta com vários realizadores dedicados que enfrentam muitos obstáculos (como o preconceito do público com o gênero), mas sem nunca desistir. Ainda bem.





fonte: (transcrito) gilbertocarlos_gilbertocinema.blogspot.com

segunda-feira, 7 de janeiro de 2019

CINEMA MAIS ANTIGO DO MUNDO FOI REABERTO NA FRANÇA




O Teatro Eden, no sul do país, recebeu 
as primeiras projeções comerciais 
dos irmãos Lumière, em 1895. 


Todos nós conhecemos essa famosa história da primeira projeção de cinema da história do cinema: os 250 espectadores sentados no escuro, viram frente a eles um trem se aproximar. E ele se aproximou tanto, cada vez mais… Muitos saíram correndo dessa primeira projeção comercial de longa-metragem, pensando que um trem ia atravessar o cinema. Não se sabe se isto foi realmente verdade. Não menos espetacular, por sua importância simbólica, foi a reinauguração do Teatro Eden, na mesma cidade no sul da França, considerada a sala de cinema mais antigo do mundo.

O famoso Cinema Éden, reabriu suas portas depois de 32 anos de luta pela sua renovação. Os que estiveram na reabertura do cinema, tiveram a ocasião única de reviver o que os irmãos Lumières transmitiram pela primeira vez na mística sala do Eden. Imagine colocar os pés no cinema mais antigo do mundo, onde muitos descobriram pela primeira vez essa mágica sensação quando as luzes se apagam.

O Cinema Éden acolheu a sua primeira projeção em março de 1899. A sala não só foi um cinema, mas também um teatro de Music Hall, que acompanhou os primeiros passos de Yves Montand ou ainda Fernandel. Em 1982, logo após o assassinato do seu gerente, o Cinema Eden caiu no abandono, e fechou tristemente suas portas, vários anos mais tarde, depois de ter acolhido vários cineastas e artistas famosos na sua mágica tela. 

Em 2008 nasceu o projeto l’Eden Theatre, quando os envolvidos na seu soerguimento, decidiram lançar num enorme projeto de reforma que totalizou a bagatela de 7 milhões de euros, objetivando dar vida novamente à sala de Cinema. As reformas foram realizadas de forma que a sala guardasse o seu aspeto mítico, mas também para poder acolher um grande público, afim de respeitar a imagem popular do cinema.

Para sua reabertura que foi realizada no dia 9 de outubro de 2013, no Boulevard Georges Clemenceau, o Eden preparou uma programação especial com uma projeção na fachada da sala, de curta metragens e de um vídeo sobre a história do cinema. Meia hora depois, as portas, foram exibidas para exibição de obras de Stanley Donen, Peter Brook, Sergio Leone, Jacques Tati, Jacques Demy, Martin Scorsese, os irmãos Taviani, Luchino Visconti e Jean-Luc Godard. Após a sua inauguração o Cinema Eden foi aberto ao grande público e foi transformado em um verdadeiro centro cultural.






fonte: jornal O Globo / omelhordeparis.com.br